O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, alertou que a baixa cobertura vacinal na classe mais rica e escolarizada da população aumenta o risco de novos surtos de doenças já erradicadas no País, como a poliomielite. Ele demonstrou preocupação ao repercutir o estudo da Santa Casa de São Paulo, divulgado hoje. "Temos que ver o que é que há com essa faixa de renda, talvez uma sensação de que a doença estaria erradicada e que não seria importante manter o calendário de vacinação completo, mas exatamente o que garante a erradicação de muitas doenças no Brasil é uma cobertura vacinal alta", disse.
"Quando se tem uma cobertura vacinal baixa, aumenta muito o risco dessas bactérias continuarem circulando e surgirem surtos da doença", afirmou Temporão, depois de participar da cerimônia de assinatura de um novo modelo de gestão no Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para o ministro, os pais têm uma grande responsabilidade para manter a caderneta de vacinação de seus filhos atualizada.
Ele disse ainda que o estudo, financiado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde, é importante "porque vai nos levar a repensar estratégias de comunicação, focadas para que todas as classes sociais e de renda entendam que é importante cumprir todo o calendário das crianças. De acordo com o estudo, que analisou 17.749 cadernetas, o percentual de cobertura vacinal na classe A e na Região Sudeste é de 68,9%. A média brasileira é de 81%, também bem abaixo do que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 95%.