Brasília Apontado pela Procuradoria-Geral da República como "núcleo operacional e financeiro" da "organização criminosa" que comandou o mensalão, o Banco Rural vai sofrer uma investigação mais profunda do Ministério Público. Os procuradores vão ampliar o escopo da apuração para dissecar as supostas operações de lavagem de dinheiro conduzidas com a ajuda do banco nos últimos anos especialmente as ligadas a políticos e grandes empresas que não participaram necessariamente do valerioduto.
Até agora, o foco estava con-centrado nas transações realizadas pelo empresário Marcos Valério, que é apontado como operador do mensalão. A decisão de estender os alvos de investigação nesta nova fase partiu do próprio procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, depois que uma investigação do Banco Central e relatórios preparados pela equipe técnica do Ministério Público mostraram que as supostas "práticas fraudulentas" e de lavagem de dinheiro no Banco Rural vão muito além das operações envolvendo o mensalão.
As investigações dos procuradores da República já apontaram que a instituição foi omissa no caso dos milionários saques nas agências de publicidade de Marcos Valério e em relação a pelo menos outros 16 grandes clientes da instituição.