A Avenida Bispo Dom José, em Curitiba, foco de recente polêmica em razão das calçadas de granito, recebeu novos bancos de madeira para integrar a paisagem da região. Depois da repercussão negativa por causa do custo do piso que estava sendo utilizado, muitos olham com desconfiança para os bancos, parte da obra de mais de R$ 3 milhões de revitalização da avenida, no bairro Batel.
Ao todo, 38 bancos estão sendo instalados em 980 metros de avenida, um a cada 25 metros. Os bancos não têm encosto. O design é rústico. O material é madeira maciça, preparada para ficar ao relento. Porém, a prefeitura não informou o tipo de madeira usado.
"Um dos operários da obra me falou que é caro", especulou Adilson José, 43 anos, funcionário de um estacionamento na região. A assessoria de imprensa da prefeitura disse que vai informar hoje os valores.
Para Nayara Fernandes, funcionária de um posto de combustível da avenida, o banco de madeira é uma possibilidade para descanso nas horas de intervalo no trabalho. "Achei muito legal. A gente faz intervalo, senta para tomar um refrigerante e descansar. A ideia foi muito boa."
A polêmica que surgiu em torno da novidade foi a foto publicada pelo blog Boca Maldita, em que um dos bancos está torto e com um calço.De acordo com a prefeitura, os bancos ainda não estão prontos e, por isso, não foram totalmente fixados. Ainda segundo a prefeitura, a madeira é certificada.
Presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea) e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Orlando Pinto Ribeiro acredita que, pela tradição comercial da região, os bancos são importantes. "Os bancos têm de ser viáveis, com preparação para aguentar o tempo e eventuais vandalismos", afirma. Na avaliação dele, esses bancos não devem custar muito, já que a madeira, aparentemente, é apenas serrada e tratada, sem muito trabalho estético.
Região polêmica
A região do Batel tomou o noticiário no começo do ano quando as obras de revitalização, que devem terminar definitivamente no fim deste mês, viraram polêmica em razão da colocação de calçadas de granito na Avenida Bispo Dom José. Na época, a prefeitura decidiu reavaliar a obra e acabou cancelando o uso de granito para o restante das calçadas. Quando a polêmica veio à tona, a reportagem da Gazeta do Povo apurou que o metro quadrado do granito custava R$ 190, em média, bem acima dos R$ 30 do paver.
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