Um bandeirinha é acusado de ter matado uma mulher e ferir dois homens durante uma discussão sobre dois pênaltis após um jogo de futebol de um time dente-de-leite em Cascavel, região Oeste do estado, no sábado (4). Segundo a Polícia Civil, o suspeito confirmou ser o autor do golpe que matou a mulher e prometeu prestar depoimento nesta segunda-feira (6).
Segundo o superintendente Marcos Roberto Felipe, da 15ª Subdivisão Policial de Cascavel, a confusão se deu no estádio Ninho da Cobra durante um jogo de um time dente-de-leite, formado por adolescentes de menos de 17 anos. O bandeirinha teria anulado duas cobranças de pênalti, o que irritou o técnico e torcedores de um dos times. A partida terminou normalmente e o juiz auxiliar Wilson Aparecido Padilha, 33, chegou a participar de mais um jogo.
Depois das partidas, jogadores e familiares foram tirar satisfação com o bandeirinha no estacionamento do estádio. O auxiliar de arbitragem usou uma chave de fenda para agredir o técnico José Carlos Soares; a tia dele Vera Lúcia Floriano dos Santos, de 43 anos; e o marido de Vera.
Vera foi levada ao hospital, mas não resistiu ao ferimento que perfurou seu pulmão e morreu no domingo (5). O marido da vítima foi operado e estava internado em observação no Hospital Universitário (HU). Soares ainda recebe atendimento hospitalar e já prestou depoimento para a polícia.
O delegado José Carlo Gugielmetti, que comanda as investigações, afirma que instaurou o inquérito como homicídio e deve analisar ao longo das investigações se pede a prisão preventiva do suspeito. Se ele não se apresentar voluntariamente à polícia, a requisição deve ser em breve.
O secretário de Esportes de Cascavel, Juarez Berté, disse ao telejornal Paraná TV 1ª edição que os times são os responsáveis por contratar a arbitragem do campeonato e que o campeonato juvenil seguirá normalmente. "É um episódio que foge do nosso controle. Não tem nada que justifique tal briga", disse Berté.
Outra versão
De acordo com o delegado Guglielmetti, o bandeirinha registrou boletim de ocorrência contra o treinador, a vítima e o marido dela no sábado (4) antes de saber da morte de Vera -, pois teria sido agredido, inclusive com um tapa no rosto por parte de Vera. Ele alegou que agiu em legítima defesa e por isso teria utilizado a chave de fenda.
Nesta segunda-feira (6) por volta das 17h30, Padilha se apresentou espontaneamente à delegacia, disse que não tinha a intenção de matar a tia do treinador e que nem sabia da gravidade dos ferimentos. Isso porque não houve sangramento e a vítima também teria ido até a polícia prestar queixa contra ele.
As discussões e as agressões teriam ocorrido por volta das 19h30 de sábado (4) e a morte de Vera por hemorragia aconteceu às 2 horas da madrugada de domingo(5) no HU, segundo a polícia.
Padilha prestou depoimento e foi liberado, pois não houve flagrante. Guglielmetti disse que ouvirá todas as testemunhas e depois decidirá se pedirá a prisão preventiva ou não de Padilha.