Alguns "turistas" ainda procuram o famoso banheiro transparente de Ponta Grossa (Campos Gerais), mas a piada já perdeu parte da graça. Nesta quarta-feira, funcionários da empresa responsável pela construção do novo prédio do Conservatório Dramático Musical Maestro Paulino Martins Alves aplicaram uma película branca opaca para tampar a parede de vidro.
Mesmo assim, ainda existem dois banheiros transparentes na cidade, a poucas quadras dali, na ainda não inaugurada Arena Multiuso de Ponta Grossa, um espaço destinado à prática de diversos esportes que deveria ter sido entregue há quase quatro anos e custou cerca de R$ 7 milhões aos cofres públicos.
A reportagem da Gazeta do Povo esteve no local, mas a entrada é proibida. "O prédio só será aberto quando recebermos os R$ 2 milhões que a prefeitura de Ponta Grossa ainda nos deve. O último pagamento que recebemos aconteceu em novembro de 2011", relata Nalmir Fontana Feder, diretor técnico da Endeal Engenharia, de Curitiba, empresa responsável pela obra.
O secretário municipal de Planejamento de Ponta Grossa, João Ney Marçal, afirma que os problemas da Arena ainda precisam ser estudados antes de se tomar qualquer atitude.
Enquanto dura o impasse, dois banheiros do prédio ficam completamente visíveis do lado de fora. Segundo informações da Endeal, o projeto previa que a maior parte da parede dos banheiros seria de vidro azul e que, em seguida, seria aplicada uma película opaca. Mas isso ainda não foi feito, segundo a empresa, em razão da falta de pagamento pela prefeitura.
Outros problemas
No entanto, o local apresenta outros problemas. Como não há nenhum tipo de segurança patrimonial, uma das portas de vidro azul está bastante danificada e há um vidro triangular que foi arrancado possivelmente por vândalos e substituído por uma placa de madeira do mesmo formato. Mesmo assim, a Endeal afirma que não está enfrentando problemas para repor os vidros. "Neste momento, mantemos dois encarregados da empresa por lá e estamos trabalhando na contenção de um vazamento de uma calha", afirma Feder.
Apesar de haver alguns baldes espalhados pela quadra de esportes, ele afirma que o prédio não enfrenta problemas com goteiras. "Já tivemos esse problema, por um erro no projeto e não na execução. Mas isso já foi contido com a impermeabilização do telhado", sustenta.