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A Polícia Civil de Brasília já sabe que, além do excesso de passageiros, o barco Imagination estava com a estrutura comprometida por provável falta de manutenção. Além disso, houve imperícia no socorro e negligência nos cuidados de segurança durante o passeio que acabou em tragédia na noite do último domingo, no Lago Paranoá. Esse conjunto de erros deve render o indiciamento do dono do barco, do comandante e da responsável pela festa, todos por crime culposo - sem dolo, mas com o agravante de ter havido mortes.

"Eu já tenho uma convicção formada e ela aponta para crime culposo, mas só vou tratar dos indiciamentos depois que a perícia técnica for concluída", disse o delegado Adval Cardoso Matos, da 10ª DP, após ouvir até hoje mais de 30 sobreviventes. Os dados serão cruzados com os depoimentos para saber as causas do acidente e as responsabilidades de cada um.

Os depoimentos desta terça-feira (24) confirmaram que houve duas panes elétricas antes que o barco começasse a afundar. A perícia encontrou uma rachadura em um dos tubos de flutuação do barco, que pode ter se agravado com o sobrepeso e causado o acidente. Tripulantes e pessoas que fizeram o passeio outras vezes indicaram que as panes vinham se repetindo nas últimas viagens do Imagination.

O dono da embarcação, Marlon José de Almeida, mesmo avisado, não suspendeu os contratos seguintes para fazer a revisão da unidade. Um dos alertas foi dado pelo comandante, Airton Carvalho da Silva Maciel, que partiu para o passeio de domingo com um número maior de passageiros que o permitido e ciente de que os problemas técnicos do barco tornavam a viagem arriscada.

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