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Naufrágio no Paranoá

Barco tinha estrutura comprometida

A Polícia Civil de Brasília já sabe que, além do excesso de passageiros, o barco Imagination, que naufragou no último domingo no Lago Paranoá, estava com a estrutura comprometida por provável falta de manutenção. Também houve imperícia no socorro e negligência no quesito segurança durante o passeio que acabou em tragédia.

O conjunto de erros deve render o indiciamento por crime culposo (sem intenção) – mas com o agravante de ter havido mortes – do dono do barco, do comandante e da responsável pela festa que ocorria na embarcação. Com o resgate de mais três corpos no fundo do lago nessa terça-feira, até a noite de ontem, o número de vítimas chegava a sete e pelo menos duas pessoas continuavam desaparecidas.

"Eu já tenho uma convicção formada e ela aponta para crime culposo, mas só vou tratar dos indiciamentos depois que a perícia técnica for concluída", disse o delegado Adval Cardoso Matos, da 10.ª Delegacia de Polícia, após ter ouvido mais de 30 sobreviventes do naufrágio. Os dados serão cruzados com os depoimentos para saber as causas do acidente e as responsabilidades de cada um.

Os depoimentos confirmaram que houve duas panes elétricas antes de o barco começar a afundar. A perícia encontrou uma rachadura em um dos tubos de flutuação, falha que pode ter se agravado com o sobrepeso. Tripulantes e pessoas que fizeram o passeio outras vezes indicaram que as panes vinham se repetindo nas últimas viagens do Imagination.

Negligência

O dono, Marlon José de Almeida, mesmo avisado, não suspendeu os contratos seguintes para fazer a revisão da embarcação. Um dos alertas foi dado pelo comandante, Airton Carvalho da Silva Maciel, que partiu para o passeio de domingo com um número maior de passageiros que o permitido, sabendo que os problemas técnicos do barco tornavam a viagem arriscada.

Almeida negou negligência com as revisões e disse que seu barco tinha toda a documentação em ordem. Mas o delegado admitiu que ele será intimado a prestar novo depoimento se a perícia confirmar que os problemas técnicos eram antigos e que ele não agiu para saná-los. Já a empresária Vanda Pereira Dor­­nel, responsável pela festa que ocorria na embarcação, assinou um contrato para levar a bordo no máximo 92 pessoas, mas vendeu lugares para 102, dez a mais que o permitido.

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