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Cena do filme "Perfume - A História de Um Assassino" | Divulgação/Paris Filmes
Cena do filme "Perfume - A História de Um Assassino"| Foto: Divulgação/Paris Filmes

Quem é freqüentador antigo do Parque Barigüi, em Curitiba, certamente percebeu o crescimento acentuado no número de visitantes nos últimos anos. A prefeitura não tem uma contagem exata, mas calcula (com base na rotatividade das vagas do estacionamento) que até 30 mil visitantes circulem pelo local num fim de semana ensolarado – o dobro do estimado há cerca de três anos.

Outra mudança que chama a atenção é a diversificação de público, que faz com que o Barigüi seja considerado hoje um dos espaços mais democráticos da cidade. O local, antes usado mais especificamente por corredores, pessoas que gostam de caminhar, mães com carrinhos de bebês, ciclistas e adeptos do churrasco ao ar livre, hoje é disputado por praticantes de outros esportes e pela turma da azaração – um exército de jovens que vai ao local, principalmente nas tardes de domingo, para ouvir música, conversar e paquerar.

A dona de casa Elisabeth Requião, 61 anos, é freqüentadora das antigas do parque. "Caminho aqui faz uns 30 anos. No ano passado, dei uma paradinha e me arrependi, porque fiquei cheia de dores no corpo. Na terceira idade, a gente tem que vencer a preguiça e fazer exercícios. Eu recomecei as caminhadas e não pretendo parar mais", comenta. Elisabeth percebeu a alta no movimento do parque e considera a mudança ótima. "Isso mostra que as pessoas estão mais preocupadas com a saúde e com o contato com a natureza."

A tarifa social de ônibus – pela qual os curitibanos pagam R$ 1 aos domingos – foi um (se não o principal) fator que fez com que o número de freqüentadores do parque explodisse nos últimos anos. Segundo o superintendente de Obras e Serviços da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Paulinho Dalmaz, também pesa a localização privilegiada do parque. "Ele está na porta de entrada de Curitiba e é um dos nossos cartões-postais. Por isso, atrai também muitos turistas", diz.

O superintendente entende que a prefeitura tem feito a sua parte, melhorando as condições do local. "Fizemos a reforma do salão de atos, compramos equipamentos novos para a roçada e trocamos lixeiras. A prefeitura tem providenciado também operações na Rua Aluízio França, onde antes existia muita reclamação sobre som alto e arruaça, para evitar que as pessoas que vão ao parque e moradores da região sejam incomodados."

Houve também a construção de uma nova ponte na Cândido Hartmann, o que reduziu o perigo aos pedestres e ciclistas, que, anteriormente, chegavam a disputar espaço com os carros na avenida. Outra melhoria prevista é a dragagem do lago. Sobre essa obra, entretanto, o superintendente não quis dar mais detalhes, alegando que o anúncio será feito, no momento oportuno, provavelmente pelo próprio prefeito Beto Richa.

Antiga sesmaria pertencente a Martins Mateus Leme, o Barigüi foi transformado em parque em 1972 pelo então prefeito Jaime Lerner. O local é formado por três bosques constituídos por capão de floresta primária nativa e por florestas secundárias, que abrigam diversos animais nativos ou migratórios como garças-brancas, preás, quero-queros, tico-ticos, gambás e outros (além dos polêmicos jacarés).

O parque foi criado com o objetivo de ajudar no controle de enchentes: o seu lago, com 230 mil m2, diminui o impacto das chuvas na região. A criação do parque também evitou a ocupação irregular da área, dentro de uma política municipal de preservação de fundos de vale.

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