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Trânsito

Barigüi sem carros aos domingos

Bing Xing olha de sua jaula ao chegar no aeroporto de Barajas, em Madri | Reuters
Bing Xing olha de sua jaula ao chegar no aeroporto de Barajas, em Madri (Foto: Reuters)

No próximo domingo, dia 16, os freqüentadores do Parque Barigüi que costumam ir de carro ao local poderão encontrar quatro ruas fechadas com correntes, impedindo o acesso de veículos. A previsão da prefeitura de Curitiba é de que até domingo as correntes, os pontaletes (postes de eucaliptos) e as placas de trânsito já estejam instaladas no local. Das 14h30 às 20 horas, apenas os moradores da região terão acesso à Rua Dr. Aluízio França e adjacentes. O objetivo é impedir o bloqueio do trânsito e o excesso de barulho. Segundo a Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), 40 mil pessoas freqüentam o parque nos fins de semana.

Quatro ruas transversais à Aluízio França ficarão fechadas com correntes aos domingos: Orlando Cantarelli, Antônio Nogarolli, Pedro Nolasko Pizzato e David Abrão. Na rua Lúcio Rasera haverá um bloqueio policial para impedir o acesso de veículos. O administrador da Regional Matriz da prefeitura de Curitiba, Omar Akel, acredita que medida será definitiva. "Acho que agora irá melhorar. A solicitação dos moradores tem sido insistente. Os cavaletes não funcionavam e ficou pior com a emenda."

Desde novembro de 2005 as ruas estavam sendo bloqueadas com cavaletes. Devido à falta de agentes de trânsito para a fiscalização, o cavaletes eram facilmente retirados, conforme constatou reportagem da Gazeta do Povo do dia 23 de janeiro de 2007. Desde o fim do verão, porém, nem o bloqueio temporário estava sendo feito aos domingos. Os moradores voltaram a reclamar do barulho. "A situação está insustentável no domingo à tarde. Junta muita gente, tem som alto, queimam pneu, dá briga", reclama o presidente da Associação de Moradores e Amigos do Parque Barigüi (AMAParque), Ari Becker. "Os cavaletes não funcionavam porque as pessoas não respeitavam."

Com o novo sistema de fechamento, apenas os agentes da Diretran poderão retirar as correntes. "Não tínhamos agentes para todos os pontos do fechamento e era uma abertura fictícia. Com o fechamento, com corrente e sinalização informando, com certeza isso irá funcionar", afirma o gerente da área de Fiscalização de Trânsito, Adão José Lara. Apenas seis agentes de trânsito ficavam no local, quando seriam necessários de 12 a 15 profissionais.

"A gente já sabe que não dá para ficar em casa no domingo. É muito diferente o público que vem no sábado do de domingo", afirma o morador Rodrigo Snege. Com o aumento da temperatura, os vizinhos acreditam que o movimento só tende a aumentar e que o fechamento virá em boa hora. "No período de inverno não tem movimento. Agora, com o tempo esquentando, o pessoal está se programando para entrar no parque", opina a nutricionista Daniele Cristina de Souza.

Alguns freqüentadores até evitam ir ao parque nos fins de semana, como as amigas Léa Olltmann e Luíza Ferraz. Elas acreditam que esporte e lazer perdem espaço para bagunça e bebedeiras. "Está pior que a Avenida Batel", diz Luíza.

As companhias da Polícia Militar responsáveis pelo policiamento no Parque Barigüi informam que não há registros de violência. "Se a população está vendo a situação e não está fazendo a queixa, não temos como mensurar isso", alega o comandante da 3.ª Companhia da Polícia Militar, Davi Altino de Jesus.

Contra

A dentista Elisabete Baretta Moraes é contra o fechamento. Com dificuldades de locomoção, ela precisa do carro para ter acesso ao parque, assim como a mãe dela, de 78 anos. "Tem muita gente de idade, famílias com crianças. Poderia ter um acesso limitado, mas não o bloqueio", afirma. Para ela, não serão correntes que irão conter o barulho e as badernas, mas fiscalização.

Já a encarregada do Bistrô Barigüi, Rosana Coutinho Fernandes, calcula que o bloqueio pode impedir um aumento das vendas. "O dia que mais vendemos é no domingo. De repente, com a liberação, venderíamos mais."

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