O pavilhão de exposições do Barigüi, em Curitiba, vai ganhar um imenso terraço, com piso transparente, que passará por cima da pista de caminhada e quase chegará ao lago do parque. O futuro mirante do Parque Barigüi é a modificação mais visível que a prefeitura planeja fazer no pavilhão a partir do ano que vem. Mas não é a única. A administração municipal promete reformar totalmente o pavilhão. O local deve se transformar em um edifício ecológico e em um espaço de múltiplo uso, como feiras comerciais, exposições artísticas, shows, apresentações culturais e esportivas.
A redefinição do pavilhão começou a ser estudada pela prefeitura no início do ano, quando venceu o contrato de comodato do município com a empresa Diretriz, que explorava comercialmente o local. O contrato vigorou por 30 anos período no qual o pavilhão se tornou o mais tradicional espaço de exposições da cidade. Com o vencimento do comodato, a prefeitura, em parceria com entidades empresariais, o setor turístico e a Câmara de Vereadores, começou a estudar as alternativas para o pavilhão.
A idéia vencedora foi a que manteve a possibilidade de utilizar o espaço para exposições uma reivindicação do setor turístico agregando outros usos (cultura, esporte etc). "A proposta é termos uma estrutura flexível e adequada às mais variadas atividades", diz o arquiteto Luís Henrique Fragomeni, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), órgão da prefeitura responsável pelo atual projeto.
O espaço será totalmente modernizado. O pavilhão ganhará mais sanitários, uma praça de alimentação em um mezanino, um auditório para 450 pessoas, rede atualizada de comunicação e informática. A área de exposições, hoje com 7,5 mil metros quadrados, aumentará para 9,5 mil.
O aspecto paisagístico também não vai ficar de fora. O centro de exposições deve tornar-se mais bonito interna e externamente. O objetivo, diz Fragomeni, é que o próprio pavilhão se torne um ícone turístico de Curitiba. Dentro desse conceito, o terraço será o grande atrativo.
Fragomeni ainda afirma que o mirante também será o elo entre os freqüentadores do parque e o pavilhão, que hoje acaba sendo utilizado apenas pelos visitantes das feiras. Pelo terraço, os freqüentadores do parque poderão ter acesso à praça de alimentação interna do pavilhão, que será um espaço de uso comum.
O pavilhão também deve ganhar um pequeno centro de saúde voltado para o atendimento dos freqüentadores do parque. Ali, as pessoas poderão medir a pressão, receber orientações de como praticar exercícios de forma correta e fazer avaliação nutricional além de serem atendidos por médicos em caso de algum mal-súbito. "O parque tem 150 mil usuários nos fins de semana e existe o risco de que alguém passe mal", justifica o presidente do Ippuc.
Outra novidade é que a prefeitura pretende transformar o pavilhão em um modelo de construção ecologicamente correta. O pavilhão deve reaproveitar a água da chuva, ter geração de energia por meio de placas solares, um sistema de tratamento de esgoto exemplar e aproveitamento da luz do sol para a iluminação interna.