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desastre ambiental

Barragem que ruiu em MG não será reativada

Lama do rompimento da barragem  devastou a cidade de Mariana. | Antonio Cruz/Agência Brasil
Lama do rompimento da barragem devastou a cidade de Mariana. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A Samarco afirmou que não pretende reconstruir a Barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), que ruiu em 5 de novembro, deixando pelo menos 17 mortos. A lama de rejeitos de minério de ferro que vazou da represa destruiu o distrito, poluiu o Rio Doce e chegou ao mar no Espírito Santo. Duas pessoas ainda estão desaparecidas.

A informação foi antecipada pelo presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. A barragem será investigada em inquérito pelo Ministério Público Estadual, segundo o coordenador da Promotoria de Meio Ambiente, Carlos Eduardo Pinto.

A barragem recebia rejeito de minério de ferro também da Mina de Alegria, da Vale – dona da Samarco juntamente com a mineradora anglo-australiana BHP Billiton. Em nota, a Samarco afirmou “que as investigações sobre o acidente estão sendo realizadas pelos órgãos competentes e está colaborando ativamente neste processo”.

O envio dos rejeitos não estava previsto no licenciamento ambiental da barragem, conforme informações da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Segundo o promotor, as investigações sobre a queda da barragem mostraram que o contrato para o envio dos rejeitos foi firmado em 1989 entre a Samitri e a Samarco, ambas compradas pela Vale no início da década de 90, e que a barragem só teve aval para funcionar em 2008.

O diretor de metais ferrosos da Vale, Lúcio Cavalli, disse que 5% dos rejeitos colocados na mina de Fundão eram provenientes da Mina de Alegria. Mas investigações do Ministério Público Federal (MPF) afirmam que o total seria de 28%. Além de Fundão, a Samarco operava outras duas barragens em Mariana. Santarém, que ruiu parcialmente, e Germano, que passa por obras de reforço depois do rompimento de Fundão.

O promotor quer saber os motivos pelos quais as licenças ambientais para o funcionamento da represa foram concedidas sem a aprovação inicial do Conselho de Política Ambiental (Copam).

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