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Dano ambiental

Barragem se rompe e mata centenas de peixes

Morador aproveita para pegar peixes atolados na lama do lago | Dirceu Portugal/Gazeta do Povo
Morador aproveita para pegar peixes atolados na lama do lago (Foto: Dirceu Portugal/Gazeta do Povo)

Campo Mourão - O rompimento de uma barragem que represava a água do Parque do Lago, em Campo Mourão, Centro-Oeste do estado, esvaziou o local, causou a morte de centenas de peixes e deixou visitantes revoltados. Na manhã de sábado, segundo seguranças, funcionários da prefeitura tentavam abrir a comporta para reduzir o nível de água, quando a estrutura metálica não suportou a pressão e se rompeu.

"Depois de forte barulho a água começou a desaparecer", conta o vendedor Enio Silva da Costa, que recolhia lixo do parque durante uma ação ambiental promovida por uma igreja. "Os peixes saltavam na lama e muitos morreram rapidamente."

Após o rompimento da barragem, moradores aproveitaram o descuido dos seguranças para pegar os peixes encalhados na lama. "Vou dispensar o frango e reforçar o almoço com peixe", disse o comerciante Edson Batista da Silva, de 22 anos, que conseguiu retirar seis tilápias do barro. "Deveriam ter liberado a pesca antes da matança."

Com uma sacola cheia com pirambóias, peixes-cachorro, morenitas e tilápias, o agricultor Osnei Bianquini voltou para casa, satisfeito. "Nos próximos dias não vai faltar carne", comemora.

Já o empresário Pedro De Lanova, 50, ficou chocado e assustado ao fazer caminhada no parque e encontrar o lago vazio. "Isso é um crime", critica. "Dezenas de peixes tentavam sobreviver em meio ao barro."

O lago, que passa por um processo de assoreamento, estava sendo avaliado por técnicos da prefeitura para a elaboração de um projeto de recuperação. "Houve a negociação para reduzir o nível de água e retirar parte do material depositado no lago", explica a tecnóloga ambiental Lídia Mizote, integrante do programa Agenda 21. "A intenção era deixar um espelho de água para proteger a biodiversidade e manter as condições de vida no lago. Esse esvaziamento jamais poderia ter ocorrido."

Ao caminhar ontem pela manhã no parque, Lídia se assustou. "Só pode ter ocorrido um acidente, pois a comporta estava velha e necessitava de cuidados extremos no manejo", afirma. Ela lembra que o local é uma unidade de conservação protegida por lei. "Vamos reunir a Comissão de Plano de Manejo do Parque para encontrar uma saída que reduza o dano ambiental", promete.

O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Celso Hruska, foi procurado, mas não foi localizado.

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