Moradores vizinhos ao Wal-Mart do bairro Jardim das Américas, em Curitiba, que reclamam desde o ano passado do barulho causado pelo gerador do supermercado, terão de esperar mais tempo para ver a situação ser resolvida. O prazo dado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente para a diminuição dos ruídos, vencido há uma semana, foi prorrogado por mais um mês, até o próximo dia 30. Uma medição acústica no local, na noite de 3 de agosto, constatou que o gerador do estabelecimento emite 69 decibéis, enquanto o limite estabelecido pela legislação municipal é de 60 decibéis na região.
A vigilante patrimonial Gisele Manchesky, que registrou sua primeira queixa à prefeitura em novembro de 2006, não se conforma com a prorrogação. "O supermercado não precisa do gerador ligado, que é só para economizar luz, mas que não deixa a gente dormir", afirma. Ela pretende fazer um abaixo-assinado entre os moradores da Rua Edmundo Angely e ingressar com uma ação popular no Ministério Público.
Ontem, o gerador foi ligado às 18 horas. Segundo moradores, o barulho permanece até as 22 horas. "O gerador deixa um zunido no ouvido", diz a empregada doméstica Aparecida de Freitas, queixando-se da saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ruído próximo a 70 decibéis pode acarretar desgaste do organismo, aumentando riscos de enfarte, derrame cerebral, infecções e hipertensão arterial.
O administrador Marcos Mescko, que telefona quinzenalmente à prefeitura para registrar queixa, conta que a esposa grávida não consegue descansar ao chegar em casa. "E não acredito que o barulho será resolvido em um mês. A coisa já vem se arrastando", comenta. Porém, há quem não se incomode com o barulho, como a família Sudan. "Já nos acostumamos", afirma a dona de casa Zoila Sudan.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente esclarece que só no dia 3 de agosto conseguiu constatar que o ruído estava acima do permitido, caracterizando poluição sonora. Também explica que o prazo ao Wal-Mart foi estendido devido à necessidade de construção de uma "obra especial", que irá levar tempo para ser concluída. E alerta que o supermercado corre o risco de perder a licença de funcionamento caso não cumpra o prazo.
O Wal-Mart informou, em nota, que está tomando providências para sanar a situação. A prorrogação de um mês teria sido solicitada para adequação do projeto da obra e instalação dos equipamentos necessários.
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