Brasília A base aliada do governo conseguiu adiar a instalação da CPI das ONGs. Os senadores governistas não compareceram na reunião marcada para ontem, impedindo a formação de quórum. Para dar início aos trabalhos, seis senadores tinham que comparecer na comissão, mas apenas quatro registraram presença.
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), estava na Casa, mas não foi à CPI. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu que a base quer mais tempo para negociar a composição da CPI e sinalizou para um acordo.
Na próxima terça-feira haverá uma reunião dos líderes partidários para buscar um entendimento. A CPI, porém, corre contra o tempo. O prazo de funcionamento é apenas até o dia 31 de janeiro. O acordo com a oposição deve passar pelos governistas abrirem mão de disputar a presidência e a relatoria da comissão.
Jucá negou que o governo tenha manobrado para adiar a instalação da CPI. "Não fechamos um entendimento ainda, não deu tempo. Muitos senadores já viajaram. Acho que é preciso de mais tempo para construirmos um clima que permita o funcionamento com os ânimos mais calmos", disse.
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI), autor do requerimento da CPI, disse que o adiamento não foi uma boa estratégia do governo. Para ele, é melhor para o governo liquidar o assunto agora do que começar um novo mandato sendo investigado. "Já pensou o governo iniciar o novo mandato acusado de impedir a CPI porque queria colocar a sujeira debaixo do tapete? O governo não tem motivo para não querer apurar, se tem é porque teme", disse.
A CPI vai investigar o repasse de dinheiro do Orçamento da União para ONGs.
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