O projeto executivo para a reconstrução da Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa científica brasileira na Antártida, teve o custo estimado revisado para R$ 110 milhões em maio, o gasto previsto era de R$ 72 milhões.
A cerimônia de entrega ocorreu ontem, no Rio de Janeiro, com a presença de autoridades da Marinha, do governo e representante do Estúdio 41 Arquitetura, de Curitiba, responsável pelo projeto. A estação foi destruída por um incêndio, em fevereiro do ano passado, que deixou dois mortos e um ferido.
Também houve mudança na data de lançamento da pedra fundamental, que estava programado para novembro. Agora, a previsão é março de 2014. Apesar disso, o comandante da Marinha, Julio Soares de Moura Neto, afirma que a inauguração da estação está mantida para 2015.
Segundo ele, os custos foram revisados diante da valorização cambial dos últimos meses. Grande parte dos equipamentos e instrumentos da estação são importados. "Nós não temos ainda certeza absoluta de quanto vai custar, vai depender do processo licitatório. Estamos avaliando que vai custar em torno de 40 milhões de euros [cerca de R$ 118 milhões]".
Para a previsão, foi levada em conta outra estação construída no local recentemente pela Espanha. A coordenadora-geral para o mar e Antártida do Ministério da Ciência e Tecnologia, Janice Duhá, disse que também foram feitas melhorias nos padrões dos instrumentos. "Hoje nós discutimos, por exemplo, a necessidade de ter uma câmara hiperbárica, que nos permite fazer mergulho na Região Antártica. São pequenos pontos que nós adicionamos à curva do custo final da estação."
Atualmente, estão sendo desenvolvidos no local, que conta com uma estrutura provisória, 29 projetos científicos.
Cronograma
De acordo com Soares, será lançado na segunda quinzena deste mês o edital para construção. Entre março e outubro de 2014 ocorrerá a construção de módulos e será realizada a pré-montagem. Já entre março e outubro ocorrerá a construção de módulos e será realizada a pré-montagem. Por último, de novembro de 2014 a março de 2015 ocorrerá o transporte dos módulos e equipamentos para a Antártida e será feita a construção da estação. Nesse mês, está prevista a inauguração.
O arquiteto Fábio Henrique Faria, do Estúdio 41, diz que foram revisados pontos do projeto, anunciado no início do ano. Uma das mudanças é no número de laboratórios, que caiu de 19 para 14. "Alguns foram unificados com outros porque tinham áreas muito restritas".