A Quarta-Feira de Cinzas passou a fazer parte do calendário do carnaval de Olinda desde que o garçom Isaías Pereira da Silva, o Batata, louco pela folia, resolveu criar um bloco para que os que trabalharam durante a festa pudessem se divertir.

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O "Bacalhau do Batata" foi às ruas pela primeira vez há 49 anos. O sucesso da iniciativa levou à criação de outras agremiações retardatárias e hoje mais de 30 delas estendem o carnaval da cidade histórica.

Com seu estandarte que expõe os ingredientes de uma bacalhoada, o Bacalhau do Batata se mantém mesmo depois da morte do seu fundador, em 1983. Hoje, o bloco arrastou uma multidão no final da manhã, numa farra cuja programação também inclui encontro de afoxés e de bois à noite.

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O carnaval olindense só se encerra no sábado, com o encontro de blocos líricos - ou de pau e corda - que levaram encanto e poesia a Olinda e Recife durante os dias de Momo. Os blocos líricos surgiram no início do século 20 para que a elite e as famílias pudessem participar do carnaval de rua, que era muito violento. Seus frevos-canção são saudosistas e românticos, seus integrantes vestem fantasias bem elaboradas e o coral feminino entoa as músicas em ritmo mais compassado. As evoluções da dança também são mais suaves, sem o frenesi e os pulos do frevo de rua.

Irresponsáveis

No Recife, a Quarta-Feira de Cinzas teve a saída do bloco "Os Irresponsáveis", que desde 1983 faz a festa pelas ruas do bairro de Água Fria, na zona norte, com orquestra de frevo e muita animação. A agremiação foi criada por um grupo de amigos que decidiu faltar ao trabalho para prolongar o carnaval. Entre outros polos que ofereceram atrações, o Pátio de Santa Cruz, na área central da cidade, reuniu orquestras de frevo e passistas.