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Segurança

Batel e Centro se unem contra a criminalidade

Comerciantes da região da Praça Espanha: acordo com 270 condomínios da região para instalação de câmeras de segurança | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Comerciantes da região da Praça Espanha: acordo com 270 condomínios da região para instalação de câmeras de segurança (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

O medo da violência está mobilizando a população de algumas das áreas mais ricas de Curitiba. No bairro do Batel, onde moradores e comerciantes reclamam do aumento da criminalidade, está em estudo a implantação de um sistema de vigilância por câmeras no perímetro entre a Praça Osvaldo Cruz e a Rua Castro Alves. A mesma solução pode ser adotada na região da Praça Carlos Gomes, no Centro, onde a situação é considerada preocupante pelos moradores. Eles acreditam também que o problema tende a piorar com a instalação das novas estações-tubo da Linha Verde: mais 25 mil pessoas passarão por dia pelo local, atraindo ainda mais interesse dos ladrões.

Para tentar inibir os crimes no Batel, a Associação de Condomínios do bairro (ACB), a Associação dos Comerciantes da Praça da Espanha (ACPE) e o Conselho de Segurança do bairro (Conseg) pretendem fechar um acordo com 270 condomínios da região para a instalação de câmeras de monitoramento. "É um extenso corredor onde tem muita gente e comércio. O custo ainda não está fechado, mas deve ficar em conta se dividirmos entre os moradores. Também estamos estudando parcerias com a prefeitura e com a Polícia Militar", explica o presidente da Associação dos Condomínios, Paulo Nascimento.

Ele explica que a iniciativa foi tomada depois de constantes casos de furtos e roubos a transeuntes e a comércios. "São muitos os casos, sem comentar as grandes ocorrências, como seqüestros relâmpagos e assaltados de grande porte", lembra. O tráfico e o consumo de drogas também preocupam a população. "Onde tem droga tem violência. Não há uma política de proteção ao cidadão. O estado peca em segurança. Então, fazemos a nossa parte."

Mais movimento

O comerciante Luís Carlos Rodrigues conta que o comércio da região deve ter mais movimento, caso as câmeras sejam instaladas. "O cliente vai se sentir mais seguro para fazer as compras. Hoje, muitos vão ao shopping com medo de andar e comprar no comércio de rua", diz. "Temos que manter o comércio de rua vivo", complementa a presidente da ACPE, Marta Xavier. Uma reunião para discutir a segurança e a instalação das câmeras no bairro foi promovida na Escola Santa Terezinha do Menino Jesus, no dia 11 de setembro.

A Polícia Militar e a Secretaria da Segurança Pública do Paraná não confirmam o crescimento da violência no bairro, mas também não divulgam os números de ocorrências. Um dos casos que aterrorizou a população do Batel aconteceu no final de julho. Frederico Willians, de 22 anos, foi ferido com um tiro no braço, após perseguir dois assaltantes que haviam roubado uma residência. Quando seguia os suspeitos, na Rua Bruno Filgueira, um disparo o acertou dentro do carro. Baleado, Willians parou num posto de combustíveis, onde foi socorrido pelo Siate.

Centro

Um grupo de empresários da região da Praça Carlos Gomes, todos vítimas de assaltos, quer que a prefeitura de Curitiba instale câmeras de vigilância em alguns pontos da Rua Lourenço Pinto. Os comerciantes do local estão preocupados com o aumento da circulação de pessoas, prevista pela prefeitura, após a instalação das novas estações-tubo pertencentes à Linha Verde. Cerca de 25 mil pessoas a mais devem circular pela Lourenço Pinto. "Nossa situação já é crítica. Somos vítimas de assalto freqüentemente, imagine com 25 mil pessoas a mais circulando pela rua", diz o dono de uma lotérica, Paulo Sollerewicz.

A menos de 50 metros da Rua Lourenço Pinto existe um módulo da Polícia Militar mas, segundo os empresários, de nada adianta. Mesmo com a proximidade do módulo, os bandidos não têm medo porque, segundo os comerciantes, a polícia não aparece. "É difícil uma pessoa que trabalhe nessa região que não tenha sido assaltada", lembra o empresário Ricardo Sanson. "Com as câmeras, os bandidos vão pensar cinco vezes antes de tentar roubar alguém porque sabem que vão ser monitorados e presos."

Em reunião com os comerciantes, a prefeitura teria se posicionado a favor da instalação das câmeras. Porém, os empresários teriam de comprar os aparelhos. "O Fernando Franchiscini (secretário antidrogas do município) disse que a prefeitura entraria com a prestação do serviço e arcaríamos com as câmeras, mas não temos dinheiro", argumenta Sollerewicz. "Temos que investir no atendimento e na reforma das lojas para atender esse novo público que está para vir. Todos têm que se adaptar a nova realidade, inclusive a segurança pública."

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