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Solidariedade

Bazares seguem a todo vapor

O técnico em eletrônica Paulo Cesar da Silveira vai toda semana ao bazar do Pequeno Cotolengo em busca de eletrônicos e móveis | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
O técnico em eletrônica Paulo Cesar da Silveira vai toda semana ao bazar do Pequeno Cotolengo em busca de eletrônicos e móveis (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Apesar de as mídias sociais estarem sendo cada vez mais utilizadas pelo terceiro setor, é a velha e boa venda de produtos novos e usados que movimenta os barracões e o caixa dos locais especializados em ajudar o próximo. Sejam eles de frequência diária ou semestral, os bazares espalham-se por Curitiba e fazem bem ao bolso de quem vende e de quem compra.

O bazar é uma das maneiras mais baratas de arrecadação, diz Ana Lucia Jansen de Mello de Santana, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos do Terceiro Setor (Nits) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "Apesar do custo-benefício baixo, é a forma mais simples de se obter algum resultado. Não exige muito planejamento, menos ainda de um projeto para buscar apoio, principalmente humano, porque desperta bastante o interesse das pessoas em ajudar", afirma. Segundo a pesquisadora, essa ajuda vem tanto em forma de mão de obra, quanto de doações.

Diretor do Pequeno Cotolengo, entidade que acolhe pessoas com deficiências múltiplas em situação de vulnerabilidade social, o padre Rodinei Thomazella diz que os bazares promovidos pela instituição são um símbolo da solidariedade das pessoas justamente por serem compostos exclusivamente de doações. "A cada dia buscamos meios de dar amor e qualidade de vida aos nossos moradores e este é um deles. Algo que não nos serve mais juntado a uma ‘pitada’ de carinho, transforma-se em algo útil e beneficente", diz.

As vendas do Pequeno Cotolengo acontecem de segunda a sexta-feira com o bazar de móveis, utensílios e eletrodomésticos. Já as roupas, calçados e acessórios são vendidos na quarta-feira.

Outra instituição que pro­­­­­move bazares semanais é a Afece, Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Es­­pecial. Toda quarta e sexta-feira, das 8 às 17 horas, produtos como roupas, sapatos e acessórios seminovos estão à disposição da comunidade a preços baixos.

A coordenadora do Nits salienta que além de fomentar a solidariedade, os bazares beneficiam também a comunidade do entorno dessas instituições. "Há essa relação de familiaridade e vizinhança entre o pequeno doador de recursos e a organização que recebe. O bazar aproxima a comunidade", ressalta Santana.

Oportunidades

Em tempos de mídias sociais, em que contatos e relações podem ser feitos utilizando apenas a via web, tem quem não troque por nada o contato cara a cara, olhos nos olhos. Ana Lucia de Santana acredita que as mídias sociais são uma forma qualificada de buscar sustentação, que se somam às ações de arrecadação já existentes.

Entre os frequentadores assíduos dos salões do Pequeno Cotolengo está o técnico em eletrônica Paulo Cesar da Silveira, de 48 anos. Ele vai três vezes por semana no bazar em busca de produtos para uso próprio e para consertar e revender. "Aqui sempre tem preço bom", diz.

Alternativa

Repasse de carga apreendida aumenta lucro de ONGs

Entre os bazares que geram mais recursos às instituições estão os que oferecem produtos apreendidos pela Receita Federal. Para receber este tipo de doação, é necessário que a entidade interessada envie um pedido para a Receita anexando os documentos listados na Portaria 282/2011, do Ministério da Fazenda. Quando se enquadra em todos os requisitos, a Receita faz a doação de acordo com um limite de valor dos produtos.

As entidades sem fins lucrativos que receberem estas doações poderão vender em feiras, bazares ou similares desde que emitam recibos que listem as mercadorias e quantidades vendidas e quem as comprou. Por isso existe a exigência de um documento, como RG ou CPF, sempre que o bazar tiver produtos apreendidos pela Receita Federal. Se a documentação entregue ao órgão estiver correta, a instituição entra em uma fila para poder receber outras doações.

A assistente social Ana Cláudia Fontana França garante que vale a pena seguir essas e outras exigências do órgão. Coordenadora da campanha de arrecadação de recursos para a construção da nova sede do Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, França aponta que nos bazares que contam com esses produtos o lucro final chega a triplicar. O Lar conta também com roupas novas e usadas doadas e produtos novos de ponta de estoque cedidos por lojas.

Serviço

Receita Federal

Encontre mais informações de como obter as doações de produtos apreendidos pela Receita Federal para sua organização pelo site www.receita.fazenda.gov.br/DestinacaoMercadorias/Doacoes/Orienta/defaultorienta.htm

Fonte: Receita Federal.

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Serviço

Ligue que eles buscam

Doe roupas, calçados, acessórios, móveis, brinquedos, eletrodomésticos e alimentos. Estas entidades coletam doações no local:

Afece. Rua Paulo Turkiewicz, 668 – Tarumã. Telefone: (41) 3366-5212.

Pequeno Cotolengo. Rua José Gonçalves Junior, 140 – Campo Comprido. Telefone: (41) 3314-1900.

Rede Solidária. Rua Raul Joaquim Quadros Gomes, 493 – Tarumã. Telefone: (41) 3079-1790.

Lar Escola Dr. José Leocádio Correia. Rua José Antônio Leprevost, 331 – Santa Cândida. Telefone: (41) 3357-0002.

Fonte: organizações consultadas.

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