No último sábado, nasceu no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, um bebê que pode ser considerado o menor recém-nascido do mundo, de acordo com o livro dos recordes, o Guinness. A menina, com idade gestacional de 24 semanas, pesa 250 gramas e mede 23,5 cm. O caso é considerado pelos médicos como de extrema prematuridade. A criança está em situação clínica crítica e dependendo de tratamento intensivo, de acordo com boletim médico divulgado ontem.
Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil, entre 2000 e 2010, houve um aumento de 27% no número de nascimentos prematuros quando a criança vem ao mundo antes de completar 37 semanas de gestação. Segundo a Organização das Nações Unidas, 15 milhões deles nasceram em todo o mundo em 2010 no Brasil, foram 279,3 mil, 9,2% do total de nascidos vivos.
Apesar do aumento, casos de prematuridade extrema ainda são raros. De acordo com os especialistas, essa situação é configurada quando a criança nasce com idade gestacional igual ou inferior a 30 semanas. "A taxa de sobrevida nesses casos é de 60%, mas varia de acordo com o desenvolvimento biológico", explica Graziela Del Ben, coordenadora da UTI Neonatal do Hospital São Luiz, de São Paulo.
Para o diretor técnico médico do Hospital Nossa Senhora das Graças, Luiz Sallim Emed, é preciso considerar o peso do prematuro, porque esse fator é a maior medida da recuperação de um bebê. Ele ressalta que, apesar do aumento nos casos de prematuridade, a situação não deve ser considerada normal pela sociedade. "É necessário reduzir os fatores que levam ao nascimento antecipado, como uso de drogas, gravidez na adolescência ou tardiamente, e até as cesárias. As UTIs Neonatais vieram para auxiliar essas crianças, mas é preciso controlar", alerta.
Tratamento
O tratamento de um prematuro extremo é semelhante ao de um prematuro nascido entre a 31.ª e a 37.ª semana de gestação, mas os cuidados devem ser maiores. Em geral esses bebês apresentam pele muito fina e é preciso que a incubadora esteja sempre aquecida e umidificada para que a criança não perca calor em excesso. Há ainda a necessidade de oferecer suporte respiratório até que o pulmão se forme. "O prematuro extremo tem o pulmão imaturo. Dependendo da idade gestacional é necessário o uso de antibióticos para fortificá-lo", diz Graziela.
O suporte nutricional também é feito diretamente na veia do bebê, até que uma sonda possa ser colocada diretamente entre a boca ou o nariz e o estômago. "O bebê com menos de 30 semanas gestacionais pode ficar entre 90 e 120 dias na UTI. O tempo varia sempre de acordo com o desenvolvimento", completa a coordenadora.
Há ainda a possibilidade de o bebê apresentar sequelas, aponta Sallim. "Ele pode sofrer com problemas neurológicos, por exemplo, e ter dificuldades cognitivas no futuro", diz. Casos de retinopatia (lesões na retina) também são comuns, porque a vascularização da membrana ainda não está completa. A chance de sobrevivência sem qualquer sequela varia de 40% a 60%, de acordo com a coordenadora da UTI Neonatal do Hospital São Luiz.
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