O bebê recém-nascido encontrado em um bueiro, na tarde de quinta-feira (3), no Jardim Oásis, em Maringá, permanecia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Universitário (HU) por volta das 8h45 desta sexta-feira (4). De acordo com a assistente social do hospital, Miriam Fernandes Martins, o estado de saúde da criança era estável, mas requeria observação por conta de alguns ferimentos.
Na noite de quinta-feira (3), o bebê foi submetido a uma radiografia. Por meio dela, a equipe médica identificou um corte entre o pescoço e o lado direito do tórax que causou ferimento em um dos pulmões. "Esse ferimento atingiu órgãos internos da criança. Isso requer cuidados e observação constante, já que pode evoluir para uma infecção. Mas de forma geral, podemos dizer que a criança está bem."
O bebê foi encontrado com aproximadamente 16 horas de vida, com 3,2 quilos e com parte do cordão umbilical ainda presa ao corpo.
"Anjo da guarda"
O pedreiro Adriano Ferreira dos Anjos, 27 anos, fez jus ao sobrenome na quinta-feira (3). Ele foi o "anjo da guarda" do bebê: quando passava pela Rua Rio São Francisco, no Jardim Oásis, ele ouviu um som estranho. "Pensei que fosse um gato", contou. "Quase passei direto, mas senti alguma coisa dentro de mim e resolvi olhar."
Quando viu o bebê, o pedreiro chamou moradores e colegas de profissão, que estão construindo uma igreja nas proximidades. "É uma rua deserta, sem casas. Se chovesse, ninguém acharia ele", afirmou. Dos Anjos teve a ajuda de outros dois pedreiros para erguer o bueiro e resgatar o bebê. "Me considero um herói."
A assistente social do HU, Miriam Fernandes Martins, reforçou que o resgate foi fundamental para a sobrevivência da criança. "Acho que esse bebê nasceu três vezes. Quando nasceu mesmo, quando sobreviveu aos ferimentos e quando foi encontrado."
Um perito deve visitar a criança nos próximos dias para determinar as causas dos ferimentos, segundo a assistente social. O caso está sob responsabilidade da equipe da Delegacia de Homicídios de Maringá. A reportagem da Gazeta Maringá tentou contato com o delegado Nagib Nassif para comentar o caso, mas até às 9h15 não obteve retorno.
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