Bebê jogado em rio tem edema cerebral

São Paulo – Piorou na tarde de ontem o quadro clínico da menina recém-nascida que foi atirada pela mãe dentro do ribeirão Arrudas, em Contagem (MG), no domingo. Durante a tarde, um ultra-som revelou que ela tem um edema cerebral difuso importante, o que é compatível com hipóxia grave, ou seja, falta de oxigenação no cérebro. O quadro, de acordo com a maternidade, reforça a hipótese de que a criança ficou sem ar ou durante o parto ou enquanto estava na água.

De acordo com boletim médico divulgado pela Maternidade Municipal, durante a tarde, foi necessário aumentar a dose de medicamentos para manter a pressão arterial e batimentos cardíacos dela. Pela manhã, os médicos decidiram suspender a medicação que mantinha a menina em coma para observar as reações dela, mas não obtiveram sucesso.

O bebê permanece internado na UTI neonatal da maternidade, respirando com auxílio de aparelhos. Entre segunda-feira e terça-feira, ele sofreu hemorragia pulmonar e convulsões.

Chamada pela equipe médica responsável de Michele, a criança foi encontrada boiando no rio, no último domingo, e acabou resgatada por um rapaz. Conforme a Polícia Civil de Minas, Elisabete Cordeiro dos Santos, 25 anos, deu à luz na madrugada de domingo, colocou a criança em uma sacola e a jogou no rio, de uma janela. Nenhum familiar da criança pode fazer visitas sem ordem judicial.

Na segunda-feira, a mãe do bebê foi autuada em flagrante pela Polícia Civil por tentativa de homicídio. Ela permanece internada – sob escolta – em um hospital da região, pois passou por uma curetagem. O delegado Anderson Pires Bahia, 46 anos, não informa o local "por questões de segurança" – ele teme que a mãe sofra linchamento.

Na terça-feira, o servente de pedreiro Adenílson Pereira da Silva, 29 anos, pai da menina recém-nascida, disse querer a guarda da filha. Silva disse que ficou sabendo que era o pai quando viu a foto e o nome da mãe, sua ex-namorada, na televisão. O servente disse que esteve com a ex-namorada um dia antes de ela cometer o crime, mas que não percebeu que ela estava grávida.