Como 55% das mortes infantis ocorrem nos primeiros 28 dias de vida, a atenção nesse período deve ser redobrada. Crianças consideradas de risco por serem frágeis ou pertencerem a famílias pobres já saem da maternidade com a primeira consulta médica agendada para o quinto dia após a alta. O procedimento é feito no sistema público de saúde do Paraná desde o começo de 2005 e tem apresentado bons resultados. Se a mãe e filho não comparecem, uma equipe de saúde vai até a casa.
O aumento do número de hospitais de referência para atendimento das gestantes de alto risco, de 12 para 45, e a ampliação da rede pública de unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatais, de 169 para 203, são iniciativas que estão puxando para baixo os indicadores de mortalidade.
O secretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier, reconhece que há muito ainda por fazer para que a situação seja confortável. Ele admite também que, apesar dos esforços, o Paraná ainda está atrás dos demais estados da região Sul na mortalidade infantil. "Se persistirmos nesse ritmo vamos chegar ao patamar esperado em 2010", pondera.
Xavier ressalta que, num primeiro momento, em que a taxa é muito alta por falta de assistência básica, poucas ações dão grande resultado. Depois das primeiras conquistas, os pequenos resultados dependem de grandes ações.
O conjunto de medidas a curto, médio e longo prazo fez a capital do estado registrar índices menores que a média paranaense. O programa Mãe Curitibana, que existe desde 1999, acaba com a peregrinação das gestantes pelas maternidades. Desde então, a grávida recebe todo o acompanhamento pré-natal e já sabe em que hospital terá o filho. "Além de garantir o parto, evita superlotação nos hospitais", aponta Edwin Javier, coordenador do programa.
Há dois anos que a taxa de mortalidade infantil na capital está em 11,1. Quando o programa começou eram 19. Para 2006, a meta é menos de 10 mortes para cada mil nascidos vivos e alcançar assim a taxa aceita pela Organização Mundial de Saúde. (KB)