A família acusada de ter comprado uma recém-nascida por R$ 50 e uma cesta básica entregou a criança ao Conselho Tutelar do Cajuru, em Curitiba, nesta sexta-feira (12). Eles negam a negociação e dizem que a guarda da criança foi dada com o consentimento da mãe, opinião que ratifica a versão dos avós biológicos da bebê e do Conselho Tutelar.

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A polícia investiga desde quarta-feira (10) uma denúncia de venda de uma recém-nascida por R$ 50 e uma cesta básica em Curitiba. A queixa foi dada pelo suposto pai da criança. A transação teria acontecido há três meses, logo depois do nascimento da criança. Os supostos vendedores seriam os avós maternos da criança, que teriam dado a criança para um casal por uma cesta básica e R$ 50 reais por mês.

O casal veio da região de Cascavel, Oeste do Paraná, de carro. Conta que chegou em Curitiba às 3h30. À tarde, foram até o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) prestar depoimento.

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Segundo a mulher acusada de comprar a criança, foi feito um acordo com a mãe da criança. "Ela iria ver a criança quando quisesse até se estabilizar, estudar e ter um emprego", afirma a mulher. Pelo acordo, assim que a mãe biológica estivesse estruturada, a criança seria devolvida. Fotos mostram a festa do batismo da bebê, que se deu na Igreja do Centenário, onde aparecem a mãe e o casal sorrindo com a criança nos braços.

A reportagem teve acesso a documentos que comprovam a marcação de audiências para passagem de guarda nos dias 3 de outubro e 26 de novembro. Porém, a mulher que estava criando a criança conta que sempre dava algum tipo de problema que fazia a audiência ser remarcada. "Primeiro foi a psicóloga que não compareceu. Depois a advogada ficou doente", diz. Ela alega que tinha que voltar para a cidade no Oeste do estado e não podia esperar a conclusão do processo de passagem da guarda. "Sabia que a criança só seria tirada de mim se a mãe quisesse", conta a mulher acusada de comprar a bebê.

O Conselho Tutelar do Cajuru confirma que há um processo judicial tramitando no sentido de dar a guarda para o casal do oeste e que, até a semana passada, tudo tramitava com o consentimento da mãe biológica. Segundo o conselho, a família biológica da criança não tinha condições de criar a criança e havia a informação da intenção de colocar a criança para a doação. Não houve má fé, segundo três conselheiras do Cajuru.

Justiça

O casal do oeste diz que há dez anos tentavam ter uma filha. Agora, eles pretendem brigar pela guarda da criança, embora reconheçam que, se for comprovado por teste de DNA que o pai da criança é o jovem que fez a denúncia da venda, a Justiça deve decidir por dar a criança ao pai. O jovem se disse disposto a fazer o teste.

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