Alvo constante de reclamações, o som alto e a bebedeira nos estacionamentos do Parque Barigui, nas tardes de domingo, viraram rotina. A prática, além de ilegal, vira um tormento para a vizinhança e para quem frequenta o parque para passear ou praticar esportes.
O ritual se repete todas as semanas. Logo após o meio dia, motoristas e passageiros de dezenas de carros "tunados" param os veículos no parque e ligam suas caixas de som no volume máximo. "É uma competição de quem tem o equipamento mais potente. No final das contas, todos os rádios ficam ligados, tocando músicas diferentes, e ninguém escuta nada", afirma o engenheiro Agnaldo Seixas, morador da região. Ele conta que muitos motoristas passam a tarde inteira consumindo bebidas alcoólicas e, no final da noite, o pátio do parque vira palco de "rachas". "É perigoso. Eles ficam dando zerinho e acelerando os carros, sem se importar se tem gente passando ou não", afirma.
Crime
Algumas placas no local informam que, de acordo com a Lei Municipal 8.583/95, a poluição sonora é crime, o que pode render multa de até R$ 127,89, apreensão do veículo e sete pontos na carteira de habilitação do condutor. "A fiscalização tinha de ser mais frequente e as punições mais duras. Não adianta nem reclamar. Os guardas passam, filmam e fotografam, mas ninguém se intimida", desabafa Sueli Vieira, que também é vizinha do Barigui.
Durante as duas horas em que a reportagem da Gazeta do Povo esteve ontem no local, uma viatura da Guarda Municipal (GM) fez ronda pelo local, mas não notificou nenhum dos infratores. Por volta das 20 horas, a GM informou pelo Twitter que 11 autuações de trânsito e perturbação do sossego foram feitas ontem no parque em uma operação conjunta com as secretarias municipais de Trânsito e Meio Ambiente.
Um frequentador do espaço, que preferiu não se identificar, conta que vai ao parque para escutar música porque é um ponto de encontro de admiradores de carros modificados. "A gente vem aqui para mostrar o carro para os outros, trocar uma ideia sobre sons e rodas, mas sempre tem quem exagere. São esses que incomodam os vizinhos", pondera.
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