Ícone da gastronomia belga, a batata frita interrompeu disputas e uniu as diferentes regiões daquele país para pedirem que o prato seja declarado patrimônio cultural imaterial da Unesco. O segredo das famosas batatas, segundo especialistas, se deve principalmente à qualidade do tubérculo cultivado por lá, somado à gordura bovina usada para a fritura e à particular forma de cozimento, em duas fases.

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O país, que conta inclusive com um museu dedicado à batata frita –o primeiro do mundo do gênero –defende que as famosas batatas são uma invenção nacional e considera que a "cultura da frita" merece ser reconhecida internacionalmente.

A ideia de apresentar a proposta nasceu em Flandres, região ao norte do país, que em fevereiro inscreveu as tradicionais batatas na lista de seu patrimônio imaterial. A comunidade de Valônia e Bruxelas deverão fazer o mesmo em breve.

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À parte da dimensão cultural, a Bélgica acredita que esse reconhecimento dará um respaldo aos produtores de batatas e comerciantes e ajudará a atrair a turistas estrangeiros. Do ponto de vista econômico, a batata frita é um negócio de peso. O país conta com 81 mil hectares dedicados ao cultivo da batata e produz cerca de 7 milhões de toneladas ao ano.

Além disso, no país há cerca 5.000 "fritkots", estabelecimentos especializados em batatas fritas. Cada loja dessas vende, em média, 130 mil quilos de batata diariamente

Muitos belgas estão convictos de que as fritas merecem o reconhecimento. Nascido na Antuérpia, Koen Versavel, de 45 anos, acredita que pedir a inclusão na lista da Unesco "é uma ideia legítima". "É preciso saber fazê-las. Quando a temperatura da gordura e a fritura não são respeitadas, as batatas não ficam boas. Se as batatas fritas foram inventadas aqui na Bélgica é por alguma razão. Elas são excelentes, mas é preciso saber a qual estabelecimento ir", disse.

Favorável à ideia de que o prato belga seja reconhecido pela Unesco, Ayi Hukuike, uma turista japonesa de 27 anos, disse que acha curioso o costume de comer batatas fritas com molho, o que não é feito no Japão.

Cinco culturas gastronômicas já foram incluídas na lista de patrimônios imateriais da Unesco: a tradicional culinária mexicana, a dieta mediterrânea em países como Espanha e Itália, a gastronomia francesa, o "keskek", prato cerimonial servido em regiões da Turquia, Grécia e Irã e a tradicional culinária japonesa.

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