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São Paulo – O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, classificou ontem o ex-secretário-geral, Sílvio Pereira, de traidor e mentiroso. "É uma pessoa que traiu o partido e mentiu para a CPI", afirmou, desqualificando as declarações dadas por Pereira ao jornal O Globo.

Dizendo-se surpreso com as declarações, Berzoini afirmou que "o senhor Silvio" deveria ter feito as declarações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ao Ministério Público e à Polícia Federal. Como presidente do partido disse não ver necessidade de ouvi-lo agora. Pereira reclamou porque teria tentado falar com Berzoini por diversas vezes para contar detalhes do esquema de corrupção dentro do partido e não teria conseguido. "Essa é mais uma mentira. Ele falou comigo uma única vez no ano passado, quando o aconselhei a se acalmar e a cuidar de sua vida profissional", disse.

Berzoini afastou mais uma vez a possibilidade de pedido de impeachment do presidente Lula. "Não há qualquer elemento crível que relacione o presidente a esses fatos", afirmou. Para o presidente do PT, o tema deve ser visto em dois aspectos: um da investigação, que não caberia ao partido, mas sim ao Ministério Público e à Polícia Federal. O segundo é a disputa política em ano eleitoral, sendo previsível que a oposição use as declarações de Pereira para causar contrangimento ao PT.

A citação do nome de Mercadante entre os caciques que comandavam o partido fez Berzoini levantar a suspeita de que as declarações foram feitas para prejudicar a campanha do senador na prévia paulista. Ele disputa com a ex-prefeita Marta Suplicy a vaga de candidato do partido ao governo de São Paulo. "Pode ter alguém que não goste de um dos candidatos e que tenha tentado desgastar a candidatura na véspera da prévia", afirmou, ressaltando que não estava atribuindo a acusação à campanha da Marta, a qual chamou de "outra candidata".

Lula

O presidente Lula deixou ontem o isolamento, no interior de Minas, para demonstrar tranqüilidade em relação à entrevista de Sílvio Pereira. Depois de dois dias de descanso, Lula foi até o portão da propriedade cumprimentar moradores e conversar com os jornalistas. "A mim não preocupa", disse o presidente. "Ele (Sílvio) é livre para falar o que bem entender."

Acompanhado do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, dono do sítio, e da primeira-dama Marisa Letícia, o presidente ressaltou que não leu jornais nem assistiu televisão no fim de semana. Mas foi avisado do conteúdo da entrevista pelo seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho. "Vou me inteirar das coisas na segunda-feira (hoje), quando volto a trabalhar", afirmou Lula.

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