Brasília – O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) reassumiu ontem a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores, depois de três meses afastado após ter seu nome envolvido no escândalo da compra do dossiê contra candidatos do PSDB.

CARREGANDO :)

Berzoini disse que sua principal tarefa agora será coordenar a disputa pela presidência da Câmara e ajudar a consolidar a coalizão de forças que irá sustentar o segundo governo do presidente Lula.

Ele defendeu a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) ao comando da Câmara, indicando que vai brigar pelo partido. Chinaglia disputa o posto na base com o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que tenta a reeleição.

Publicidade

"(A eleição de Chinaglia) é um dos projetos para esse período. Evidentemente com muito respeito ao Aldo, que tem sido um companheiro leal, queremos trabalhar na construção de um nome único. Defendemos o nome de Chinaglia", disse Berzoini.

Para o retorno de Berzoini, os petistas fecharam um restaurante tradicional de Brasília. O ato teve a presença de várias lideranças do partido, além de ministros como Tarso Genro (Relações Institucionais) e Walfrido dos Mares Guia (Turismo), este último do PTB.

Curta temporada

O deputado Ricardo Berzoini, entretanto, pode ter seu mandato de presidente encurtado. É que o PT discute em julho se irá antecipar a eleição para o comando da legenda. A proposta vem sendo defendida sob o pretexto de que o fim do mandato de Berzoini, em setembro de 2008, coincide com as eleições municipais. A idéia é definir em setembro a substituição de Berzoini.

O deputado disse que a decisão caberá ao partido, mas antecipou que na sua opinião "o melhor é antecipar um pouco" o fim do mandato. "Quando eu assumi era para um mandato de transição (Berzoini substituiu Tarso Genro, que desistiu de continuar à frente do partido depois de ter sua tese de afastamento de José Dirceu do comando do partido rejeitada) . Alguns defendiam que eu ficasse três anos, outros que deveria antecipar (a discussão). Em qualquer hipótese, acho que o melhor é antecipar um pouco porque temos eleições municipais no próximo ano, mas isso vai depender fundamentalmente do PT", afirmou Berzoini.

Publicidade

Berzoini disse que foi injustiçado durante o episódio do dossiegate que resultou no seu afastamento do partido, porque muitos "lançaram ilações indevidas" sobre ele. Mas considerou que foi correta a decisão do afastamento porque deu tranqüilidade ao partido, "principalmente porque estávamos no segundo turno das eleições".