Biarticulado vai parar dentro de loja de motos

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Na noite de domingo, às 23h50, um acidente envolvendo um biarticulado e um veículo da marca Ford Escort provocou estragos em uma loja de motos no centro da cidade e colocou em risco a estrutura de um prédio. O automóvel vinha pela Visconde de Guarapuava, na altura da esquina da Travessa da Lapa, quando cruzou o sinal vermelho. Depois de bater lateralmente no carro, o ônibus desviou para a calçada e atingiu a loja, Visconde Motos, que fica na esquina. Três pessoas ficaram feridas: um homem de 25 anos, outro de 34 e o terceiro de 41. O primeiro, motorista do carro, foi encaminhado ao hospital Cajuru em estado grave e os outros dois ao Hospital do Trabalhador.

Segundo o motorista do biarticulado, Amauri Lourenço, ele tentou desviar do veículo, mas chegou a arrastá-lo por quase 20 metros até entrar na loja. Quando o ônibus se chocou com o vidro, Lourenço se jogou para a parte de trás para não se machucar. Sofreu apenas um corte na testa. Na hora da batida, a segunda sanfona do ônibus arrebentou devido à força do impacto. Como ele estava indo para a garagem, não havia passageiros, apenas um cobrador, que teve ferimentos leves. O carro sofreu perda total.

O gerente e sócio da loja, Júlio César Fila, estima que cerca de 20 motos foram perdidas, um prejuízo aproximado de R$ 100 mil. O local não tinha seguro e o representante jurídico da loja pretende entrar com uma ação de cobrança contra a empresa de ônibus.

Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus, embora a empresa responsável, Transporte Coletivo Glória, tenha seguro, quem terá que assumir a responsabilidade sobre os prejuízos é o motorista do Escort, responsável pelo acidente. O valor estimado de um biarticulado é de R$ 1 milhão, pois faz parte da frota nova.

Perigo de desabamento

O socorro chegou ao local cinco minutos após o acidente. Na manhã de ontem a parte de trás do ônibus foi retirada e apenas a da frente permaneceu na loja. De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros, Ivã Ricardo Fernandes, dois pilares do prédio foram destruídos e por isso parte do ônibus teve de permanecer no local para manter a sustentação. "Até fazermos escoras, não tem como retirá-lo de lá. Perigo de desabar sempre tem, pois a estrutura foi abalada", diz. Em cima da loja há um pequeno hotel que precisou ser evacuado logo depois do acidente.

O diretor da empresa de transportes. Gelson Forlin, disse que já acionou um engenheiro para fazer o laudo da estrutura abalada. "Assim que as escoras ficarem prontas, retiramos ele (o ônibus) de lá. Apenas essa parte está por nossa conta. Os outros prejuízos têm que ser assumidos pelo motorista do carro que provocou o acidente", diz. Forlin acredita que por muita sorte o acidente não foi pior, pois a rua é bastante movimentada e se fosse mais cedo poderia ter mais gente e carros, assim como dentro do ônibus.

Durante a manhã de segunda-feira, o ônibus virou atração. Os pedestres que passavam no local não deixavam de registrar em seus celulares a imagem dele dentro da loja de motos.