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O casal de mico-leão-de-cara-dourada se reproduziu em cativeiro | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O casal de mico-leão-de-cara-dourada se reproduziu em cativeiro| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Serviço

Visita garante lições de natureza

O Zoológico de Curitiba ocupa uma área de 530 mil m² e possui exemplares da fauna de todas as partes do mundo. São leões, tigres, chimpanzés, hipopótamos, girafas, zebras, camelos, grous, ariranhas e dezenas de outras espécies, num total de 1.800 animais. O zoo fica dentro do Parque Regional do Iguaçu, o maior parque urbano do país, com 8 milhões de metros quadrados, um santuário ecológico para muitas espécies. A infraestrutura oferece estacionamento, sanitários e lanchonetes. A visitação é gratuita, assim como no Passeio Público.

Visitação

O zoológico municipal funciona de terça a domingo, das 8h30 às 17 horas. O acesso é pela Rua João Miqueletto, no Alto Boqueirão. No centro da cidade, o Passeio Público, entre as Ruas Carlos Cavalcanti e Presidente Farias, também é um exemplo de exposição e atendimento de animais em cativeiro. Funciona de terça a domingo, das 6 às 20 horas. O Aquário e Terrário ou Casa dos Répteis (dentro do Passeio) funcionam das 9 às 17 horas.

  • Papagaio-da-cara-roxa: parceria com ONG para reprodução da espécie ameaçada de extinção
  • O gorila é uma das espécies da fauna mundial que estão no Zoológico de Curitiba. No total, 1.800 animais moram no lugar e recebem visitas de terça a domingo

Há um ano, o Zoológico de Curitiba recebeu uma família de leões, encaminhada pelo Ibama. O casal e três filhotes foram apreendidos em um circo e estavam em péssimas condições de saúde: dentes com cárie, subnutrição, musculatura atrofiada e unhas machucadas. O zoológico ficou responsável pelo atendimento médico e pela alimentação dos animais. De­­­pois de saudáveis, quatro deles foram encaminhados para outros refúgios ecológicos. Só a leoa Elza permaneceu em Curitiba. O cuidado com a recuperação de animais em situação de risco é uma das funções de quem trabalha no local. "O nosso trabalho tem se focado nisso. Não somos raptores de animais, pelo contrário", diz a bióloga Nancy Banevicius.

De acordo com o presidente da Sociedade de Zoológicos do Brasil (SZB), Luiz Pires, a mu­­­dança da concepção do zoo apenas como área de lazer começou depois da Revolução In­­­dustrial na Europa. O continente havia sofrido com as guerras e percebeu a necessidade de preservar suas espécies. No Brasil, o novo conceito veio na década de 1980, com a elaboração de uma lei federal que estabeleceu os critérios mínimos de estrutura e manutenção. "Os zoológicos tornaram-se espaços que concentram pesquisa e educação ambiental, onde é promovida a manutenção do banco genético das espécies com a criação em cativeiro e onde as pessoas acabam aprendendo mais com e sobre a natureza", diz.

Dos 127 espaços reconhecidos pelo Ibama como zoológicos no país, 49 possuem autorização de operação e manejo. Os demais estão em processo de regulamentação. O problema é que a maior parte dos espaços conta apenas com recursos públicos dos municípios e a política de proteção animal acaba competindo com outras situações graves de ordem social. Para Pires, a solução seria a criação de um fundo específico, com autonomia de administração e para captação de recursos.

Parcerias

No Zoológico de Curitiba, o principal trabalho de reprodução em cativeiro é realizado em parceira com a ONG Sociedade em Pesquisa de Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). O projeto de conservação do papagaio-de-cara-roxa, espécie endêmica ameaçada de extinção, é desenvolvido há quase cinco anos no local. Mas o zoo contabiliza a reprodução de outras espécies mesmo sem contar com recursos externos. Trabalho semelhante também é realizado no Passeio Público, no centro da cidade.

Os quatro mais novos moradores do zoológico são exemplo desse trabalho: dois filhotes de onça pintada e dois de mico-leão-de-cara-dourada. Os felinos, fruto do acasalamento de An­­­gélica e Apolo, ainda não foram batizados mas já estão em exposição. A fêmea puxou o gênio da mãe. É mais arredia e se esconde do público quando a plateia é grande. Já o macho, totalmente desinibido, não fica constrangido diante da curiosidade dos visitantes. Os macaquinhos ainda permanecem no isolamento. No cativeiro, agarram-se nas costas dos pais. Eles devem continuar na companhia do casal até serem desmamados.

Habitat natural

Segundo a bióloga Nancy, os animais criados em cativeiro não podem ser devolvidos para a natureza porque desenvolvem uma dependência muito grande do ser humano e não sobreviveriam em seus habitats naturais. Nancy explica que a reinserção das espécies no meio ambiente exige um trabalho mais complexo, realizado por criadores conservacionistas. "Nós fornecemos a matriz, ou seja, o criador tem de trabalhar com o filhote para garantir a preservação da espécie e até mesmo a variedade genética dentro de um mesmo grupo", explica.

Para garantir a reprodução, a bióloga trabalha com o conceito de enriquecimento ambiental, tornando os recintos dos animais o mais semelhante possível aos habitats naturais. Os pontos de fuga, por exemplo, foram criados para permitir que o bicho tenha lugar para se esconder. "Também procuramos mudar a rotina do cativeiro, incluindo atividades para evitar que os animais fiquem estressados. Trabalhamos para melhorar o bem estar animal. Eles são nossos hóspedes", diz.

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