Passados cinco meses da implantação de dois binários (ruas paralelas que operam em sentido oposto), os curitibanos que cultivam o hábito de dirigir nos bairros Seminário e Vila Izabel não têm do que se queixar. O trânsito melhorou e passou a fluir mais rapidamente, afirmam. Mas bastou saírem do carro e virarem pedestres para as reclamações sobre acidentes e risco de atropelamentos começarem. O problema é o aumento da velocidade dos veículos que trafegam nos binários formados pelas alamedas Princesa Izabel e Júlia da Costa, e ruas Tamoios e Tabajaras.
"Antes a nossa rua era tranqüila. Agora os carros não respeitam mais ninguém. A gente acaba ficando longe do meio-fio de medo que algo aconteça", diz a aposentada Eva Florivia Alves de Carvalho, 73 anos, que há 30 mora na Rua Tabajaras. "Tem muita gente idosa morando aqui na rua que agora evita sair de casa", concorda a técnica em radiologia Solange de Souza, 51 anos, vizinha de Eva. A mão única trouxe um ponto de ônibus das linhas Vila Izabel e São Jorge para a rua e muito tráfego, que antes se concentrava na Tamoios.
No Seminário, a implantação do binário foi motivo de alegria entre os comerciantes, principalmente da Alameda Júlia da Costa. "Melhorou bastante porque muita gente que não passava na rua antes passou a conhecer a nossa confeitaria", opina Neli de Oliveira Cunha, dona de uma confeitaria. Mas quando o assunto é a velocidade... "Os carros passam correndo. Aquele som de freada brusca a gente ouve o dia inteiro", completa. Antes do binário, a Júlia da Costa era de paralelepípedos, o que limitava a velocidade.
"Os moradores não atravessam mais perto dos cruzamentos com medo de acidente", afirma Viviane Aparecida Fadel, proprietária de uma papelaria. Ela é fã confessa do binário, mas diz que a mudança não solucionou os congestionamentos nos horários de pico. Além disso, a modificação da preferencial com a Rua Bruno Filgueira tornou o cruzamento perigoso. "Estamos pedindo um semáforo nessa esquina. Apesar de bem sinalizada, tem muita gente que passa distraída e não vê que a preferencial mudou", diz. Via assessoria de imprensa, a prefeitura informou que o cruzamento não tem fluxo para implantação de um sinaleiro e estuda uma alternativa para melhorar a visibilidade dos motoristas que cruzam a Júlia da Costa.
Planejamento
"O binário é uma técnica para resolver problemas localizados de trânsito, mas para Curitiba, hoje, é uma medida muito tímida", opina o professor da Universidade Federal do Paraná, Pedro Akishino, especialista em engenharia de tráfego. Para ele, a prefeitura deveria descobrir quais são os deslocamentos mais freqüentes na cidade, seja de carro ou de ônibus, para direcionar suas obras. Isso seria feito a partir de pesquisas domiciliares ou de consultas ao IPTU.
"A cidade chegou num ponto em que é necessário buscar o apoio do planejamento de transporte. Curitiba sempre se achou auto-suficiente, dizendo que é um modelo para o mundo. Mas rabiscar alguns binários não é planejamento."
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