Os biólogos do Parque do Ingá, em Maringá, estão preocupados com a situação das garças que dormem na ilha do parque florestal que fica no centro da cidade. Já foi registrada a morte de seis aves nos últimos quatro meses, e as causas são avaliadas por uma equipe da prefeitura. "Estamos pedindo para a população nos avisar sobre áreas onde as garças aparecem durante o dia", explica a bióloga e gerente do parque, Anna Cristina Esper Amaro de Faria. "Iniciamos um estudo inédito dessas garças", completa.
São aproximadamente três mil aves da espécie garça branca, que migram no inverno e permanecem entre março e setembro em Maringá. Esse ritual se repete há dez anos, e ninguém sabe a origem dos bichos que chegam no local por volta das 18h30, passam a noite na ilha do lago e levantam vôo por volta das 6 horas para buscar alimentos.
Anna Cristina considera duas hipóteses para a morte dos animais: as linhas de pipas soltas pelas crianças e as borrachas para dinheiro. Das seis mortes registradas, metade foi confirmada como sendo do primeiro caso, já que os animais foram encontrados no interior do parque presos nas árvores e enrolados em fios de linhas.
Mas o segundo caso também é considerado, pois os biólogos encontraram uma grande quantidade de borrachinhas no chão da ilha, e acreditam que as garças podem ter confundido a forma do elástico com uma minhoca. Para piorar, o elástico não é digerido pelo organismo. "Se elas se alimentam com essas borrachas, não absorvem nutrientes e isso pode causar a morte também", aponta Anna Cristina. Entre os locais prováveis de captura desses elásticos está o lixão de Maringá.
Para esclarecer a situação, foi iniciado este mês um procedimento para estudar o comportamento das aves, bem como analisar o conteúdo do estômago dos animais mortos. Não há previsão do término do trabalho. O Ibama, por sua vez, só vai se manifestar caso seja acionado pela prefeitura: "Agimos em caso de maus-tratos, e não é essa a situação", explica o fiscal do órgão na região, Fernando Spigolotti.
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