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Biólogos, veterinários, estudantes e professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco seguem na dianteira da obra de transposição do Rio São Francisco. A missão é identificar e afugentar os animais e preservá-los. Os que não conseguem fugir são recolhidos.

A caranguejeira e a lagartixa da caatinga bem que tentaram se esconder. Os ambientalistas têm pressa. O barulho das moto-serras e o movimento das foices vêm logo atrás. "O papel da universidade é diminuir o impacto da obra em relação à natureza", afirmou o professor da Universidade Vale São Francisco Luiz César Machado.

A obra que vem no rastro dos tratores é uma das maiores em andamento no país: a transposição do rio São Francisco está transformando a imensidão da terra seca.

Máquinas pesadas abrem 800 quilômetros de dois canais gigantescos que irão levar a água do maior rio do Nordeste a quatro estados da região: Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

O projeto de R$ 4,5 bilhões está em ritmo acelerado com a chegada das empreiteiras. O número de trabalhadores irá triplicar: serão cinco mil até junho do ano que vem, um reforço para os militares do exército que deram a arrancada.

O canal avança pela caatinga e árvores são derrubas para abrir passagem. Esse é um preço pago pela natureza. As árvores cortadas foram empilhadas. É madeira a perder de vista.

Para compensar os estragos, foram elaborados planos ambientais que prevêem a recuperação de áreas degradadas. "Seguimos rigorosamente as especificações técnicas para minimizar os transtornos causados na região em conseqüência da obra", disse o capital Walfredo Galvão.

Para os ambientalistas esta é uma oportunidade única de conhecer melhor a caatinga e salvar espécies de plantas e animais que estão no caminho de uma obra que não pára.

"Além de levar a água, não só para o ser humano, mas para as espécies de animais, para o gado, para ovinos e caprinos. Ele é um projeto social e econômico também. Se o projeto conseguir atingir a sociedade, é um projeto que deu certo. Se não conseguir atingir a sociedade, é um projeto que não teve o objetivo contemplado", disse Luiz César Machado.

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