Brasília Depois de criticar o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva pelo distanciamento dos movimentos sociais e pela ortodoxia econômica, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma carta ontem ao presidente reeleito cobrando uma escolha criteriosa dos novos ministros, caso Lula venha a fazer alterações, em especial os da Saúde e da Educação.
No texto, os bispos apelam para que os novos nomes da Esplanada não sejam definidos apenas por "interesses partidários" referência às negociações por cargos com partidos aliados que devem dominar a agenda de Lula nas próximas semanas.
"Consideramos da máxima importância os critérios da escolha dos ministros. (Que eles) Não sejam apenas fruto de interesses partidários, mas realmente referenciais para a aplicação de um projeto de nação, oferecendo a possibilidade de construção de uma nação a serviço da maioria da população", diz a carta, assinada por dom Geraldo Majella Agnelo, d. Antônio Celso de Queirós e d. Odilo Pedro Scherer. "Se pudéssemos dar uma sugestão concreta, chamaríamos atenção especial para os serviços dos Ministérios da Saúde e da Educação", segue o texto.
A carta não cita as críticas já feitas pela entidade, mas lembra que "o período eleitoral revelou as mazelas do poder, sobretudo pela crise ética".
Em entrevista na semana passada, o vice-presidente da CNBB, dom Celso, disse que Lula errou ao desvincular seu governo dos movimentos sociais.
"As esperanças de uma grande mudança foram frustradas", afirmou.