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Religião

Bispos pedem mudanças no programa Bolsa Família

Brasília – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou ontem o Bolsa Família, principal programa social do governo Lula. Para a entidade, o programa "vicia" e não estimula as pessoas mais pobres a procurar emprego. Dom Aldo Pagotto, presidente da Comissão Episcopal Pastoral e Ação Social, que verbalizou as críticas, disse que a opinião da maioria dos bispos da Igreja Católica é que se não houver mudanças "o programa não vai levar a nada".

O bispo disse que atua em João Pessoa (PB) e que tem observado que o Bolsa Família – pelo qual o governo distribui dinheiro para famílias de baixa renda –, por não exigir contrapartidas, tem efeito maléfico sobre os mais pobres. "Não estamos muito satisfeitos com o programa como está. Há pessoas no Nordeste que não querem mais trabalhar, que se contentam com o mínimo (recebido pelo programa)", disse.

Conforme o bispo, o programa tem levado seus beneficiários a uma "acomodação", pois não estimula o agrupamento de pessoas, pois trata-se de uma ajuda pessoal. "No campo há uma favelização", disse.

Dom Aldo sugeriu ao presidente Lula que "escute mais o povo" e reveja o Bolsa Família. "Nossas críticas são construtivas. Não é para combater o programa, as intenções são boas, mas questionamos a metodologia", disse.

A CNBB sugere que o governo obrigue as pessoas que recebem o benefício a participar de cursos profissionalizantes. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – responsável pelo programa – informou que irá divulgar nota para rebater as críticas.

Apoio político

A CNBB também condenou as negociações dos partidos aliados com o presidente Lula que envolvem a distribuição de cargos em troca de apoio.

O presidente da CNBB, dom Geraldo Majella, disse que a nomeação dos novos ministros não pode ser tratada pelos partidos "como se estivessem dividindo o preço" da eleição de Lula e defendeu que as siglas tenham "coragem" para demonstrar "desprendimento" nestas negociações.

"Acho duro quando ouço que em troca de apoio se oferece emprego, ministérios", afirmou Majella.

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