A menos de três semanas do início da vigência da lei antifumo, a Vigilância Sanitária municipal deflagrou ontem uma blitz educativa visando à conscientização da população para a nova norma na região central de Curitiba. Cinco duplas percorreram bares, restaurantes e casas noturnas do centro histórico e do bairro do Batel, conversando com os donos e gerentes e distribuindo material de divulgação, inclusive para os clientes. As equipes partiram do Largo da Ordem às 19h30 e a previsão era visitar 200 estabelecimentos até as 2 horas de hoje. A lei entra em vigor no dia 19 de novembro.Munidos de um equipamento chamado monoxímetro, os agentes de saúde mediram o teor de contaminação dos trabalhadores por monóxido de carbono, gás presente na fumaça do cigarro e que é extremamente tóxico, por ter maior afinidade com a hemoglobina do sangue que o oxigênio. Doses elevadas de monóxido, como as produzidas pela queima incompleta do gás de cozinha em aquecedores de água desregulados, podem até matar.
O primeiro exame já revelou os efeitos nocivos da exposição involuntária à fumaça do cigarro. Não fumante, o garçom Alisson Gonçalves, de 22 anos, há três anos na profissão, se submeteu ao teste, e a luz amarela do equipamento acendeu. "Como fumante passivo, ele tem o nível de contaminação de um fumante leve", explica o médico João Alberto Lopes Gonçalves, que participou da blitz no Bar do Alemão, no Largo da Ordem. "Me assustei bastante", conta o garçom. "Com essa lei, vai melhorar bastante para a gente."
O gerente do Bar do Alemão, Vílson Luiz Panini, recebeu material informativo entregue pelo diretor do Centro de Saúde Ambiental, órgão da Secretaria Municipal da Saúde, Sezifredo Paz. Os folhetos trazem o texto integral da lei, que entra em vigor no dia 19 do mês que vem. Segundo o gerente, o bar tem capacidade para atender 470 pessoas sentadas, mas a lotação pode chegar a cerca de mil pessoas nos dias de maior movimento. "Cerca de 50% dos frequentadores são fumantes", estima.
Panini foi avisado que será responsável pelo comportamento dos clientes dentro do bar, devendo orientá-los a respeitar a norma. "Caso eles insistam em descumprir a lei, você pode chamar uma autoridade policial", diz Sezifredo. Panini acredita que não terá problemas. "As pessoas estão se conscientizando, e a lei tem que ser respeitada."
Mas nem todas as pessoas pensam assim. "Sou fumante e acho a lei incorreta, porque não prevê os fumódromos", critica o cliente Laerte Ferraz. "É restritiva à liberdade. Quando a lei entrar em vigor, vou cumpri-la, mas também vou deixar de frequentar uma série de lugares."
Ações
A partir da semana que vem, outras áreas deverão ser visitadas, como os bairros de Santa Felicidade e do Boqueirão. "A intenção é percorrer os principais locais da vida noturna curitibana", explica Sezifredo. Para ele, essas ações preliminares permitirão perceber os ajustes que poderão ser feitos quando a lei entrar em vigor. "Vamos ver como as equipes serão recebidas", diz.
A partir do início da vigência da lei, começam as ações de fiscalização para valer. "Vamos trabalhar mais dias por semana e até bem mais tarde", garante Sezifredo.
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