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Edward James Olmos, Ridley Scott, Daryl Hannah e Rutger Hauer, na exibição de "Blade Runner: a versão final", em Veneza | AFP/Gazeta do Povo
Edward James Olmos, Ridley Scott, Daryl Hannah e Rutger Hauer, na exibição de "Blade Runner: a versão final", em Veneza| Foto: AFP/Gazeta do Povo

São Paulo – Um dia depois de o PT decidir que vai discutir a sucessão presidencial com os partidos da coalizão, seis legendas que integram a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializaram ontem um bloco nacional de esquerda de olho nas eleições de 2008 e 2010. PDT, PC do B, PSB, PRB, PHS e PMN se uniram para mostrar força para o próprio PT na escolha do candidato.

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) foi recebido na cerimônia de lançamento do bloco realizada ontem, em São Paulo, como um dos possíveis candidatos a presidente em 2010. Mas amenizou o tom quando questionado sobre o assunto e preferiu exaltar o governo Lula, apesar de a platéia formada por quase mil militantes gritar palavras de ordem como se já estivesse em campanha eleitoral. "Acho que discutir 2010 não é prudente para nenhum de nós, que temos a obrigação central de reforçar a possibilidade de êxito do governo Lula."

Depois, Ciro destacou a importância da unidade do bloco para realizar mudanças no país, o que só será possível por meio de eleição com candidato próprio. "Só faremos a política que o Brasil precisa se tiver a unidade de todas as forças diferentes dos valores de esquerda", disse.

Ciro classificou como "absolutamente normal" o fato de o PT indicar o nome do candidato a presidente, pois é o partido "mais importante" do país. Porém, o socialista não descartou a possibilidade de um dos partidos do bloco apresentar um nome para a sucessão presidencial. "O bloco, pelo mesmo argumento (do PT) também tem a sua legítima pretensão individualmente (de lançar candidato)", comentou.

O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) admitiu que a união dos partidos de esquerda é uma forma de se fortalecer para a disputa presidencial, inclusive entre os partidos da própria coalizão. "Na política, não conheço a história de se dar a vez a ninguém se você quer ter vez. Só consegue as coisas na disputa, e é isso o que a gente está fazendo aqui. Na política você tem que disputar e ter força, e é o que nós estamos procurando fazer", afirmou.

O líder do bloco na Câmara, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), explicou que o grupo se uniu primeiramente no Congresso e agora se prepara para as eleições. Além disso, o pedetista não descartou a possibilidade de o bloco "ajudar" ou até "pressionar" o governo Lula a realizar compromissos assumidos durante a eleição. "Temos que puxar os interesses para os interesses da população", afirmou.

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