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O bloco mais populoso do carnaval de Salvador não é comandado pelos artistas baianos mais famosos, como Ivete Sangalo ou Chiclete com banana. Tampouco tem o apoio de um trio elétrico. Apenas bandas de fanfarra e 20 mil pessoas seguindo. Tudo para brincar e protestar.

Os alvos da Mudança do Garcia, que há 64 anos desfila na segunda-feira de Carnaval, são os mais diversos, dos líderes políticos nacionais e internacionais aos crentes - e aos que não têm religião. A agremiação sai do bairro do Garcia, vizinho do Centro da cidade, e segue até a Praça do Campo Grande, ponto de início e de fim do Circuito Osmar.

Moradores do bairro unem-se a grupos de integrantes de sindicatos de trabalhadores e de partidos políticos, além de professores, artistas e profissionais da comunicação. Todos os grupos levam faixas e cartazes, na maioria das vezes bem-humorados, com as mais diversas críticas. Nem os próprios vizinhos são poupados.

O bloco não apenas provoca com os protestos - os principais políticos do Estado, como o prefeito de Salvador, João Henrique, e o governador baiano, Jaques Wagner, por exemplo, evitam aparecer no circuito na segunda-feira -, mas também costumam causar tumulto na organização da festa.

Este ano não foi diferente: como o desfile oficial dos blocos do circuito atrasou mais de duas horas e o Mudança saiu no horário, os organizadores causam confusão tentando "furar a fila" dos desfiles. Segundo a programação, a tradicional agremiação tem 50 minutos no circuito para promover suas manifestações. No ano passado, o bloco passou duas horas no local.

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