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A Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Seju) promete revelar até este sábado os detalhes do projeto desenvolvido para bloquear o sinal de celulares em penitenciárias do Paraná. O sistema que pretende evitar que os presos se comuniquem pelo telefone será testado em uma unidade prisional do estado cujo nome não foi revelado. "Conversei com a Secretaria de Justiça sobre o assunto. Eles disserem que estão estudando a questão e aguardo uma resposta deles para fazer o pedido formal da instalação", disse o juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) de Londrina, Roberto do Valle.

Logo após os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo, comandados por presos via celulares, a Justiça determinou que as operadoras telefônicas instalassem bloqueadores nos presídios onde houvesse caso de emergência. Isso foi feito em São Paulo e no Espírito Santo. Mas os bloqueadores acabaram impedindo o uso de celulares pelos moradores próximos às penitenciárias. No Paraná, a Seju vem negociando com as companhias de telefonia móvel para que o mesmo não ocorra. Por isso, será feito um teste do desempenho do bloqueador em uma unidade prisional.

Segundo a secretaria, todos os novos presídios possuem equipamentos de raio-x, semelhantes ao usados nos aeroportos. A facilidade com que os presos dos distritos policiais (DPs) de Londrina têm em obter telefones celulares pôde ser comprovado na última segunda-feira, durante a rebelião no 4.º Distrito Policial. Do lado de fora, familiares contavam à imprensa que já haviam sido comunicados pelos presos, por telefone, de que haveria o tumulto. Mulheres e namoradas também ensinaram sobre os métodos utilizados para levar os celulares até os presidiários.

Em geral, os telefones são colocados nas partes íntimas, tanto de mulheres como de homens. "Tem que tomar um cuidado e colocar o celular bem lá dentro porque, durante a revista, eles fazem a pessoa dar três agachadinhas. Se não estiver bem colocado, o celular cai", contou uma mulher.

O delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sergio Barroso, reconhece o problema. "Temos um excesso de presos e poucas pessoas para efetuar a revista", disse. Ele observou que a revista é feita de forma superficial e que há dificuldade de verificar se os visitantes dos presos carregam algo nas partes íntimas. Segundo o delegado, na próxima semana chegam a Londrina 15 auxiliares de carceragem que vão reforçar as revistas nos distritos. Destes, dois são mulheres.

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