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Quem passou pelo bloqueio precisou mostrar os documentos | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Quem passou pelo bloqueio precisou mostrar os documentos| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O cerco à Vila das Torres, no Prado Velho, em Curitiba, terminou às 18 horas de ontem, depois de quase 27 horas. O bloqueio das principais saídas da comunidades começou ainda na tarde de sábado, logo após um tiroteio entre gangues, que resultou na morte de um adolescente de 15 anos e deixou uma menina de 7 anos gravemente ferida. Mesmo após o fim do bloqueio, a Policia Militar (PM) informou que vai reforçar o patrulhamento na região durante toda esta semana. Segundo a PM, nenhum suspeito foi preso até o momento.

O adolescente foi atingido por um disparo no abdômen e faleceu após ter dado entrada no Hospital Cajuru. A garota levou um tiro no rosto e, até ontem à noite, ainda permanecia internada na UTI pediátrica do Hospital do Trabalhador, em estado grave.

Aproximadamente 100 policiais foram deslocados para a operação deste fim de semana, que averiguou todas as pessoas que entraram e saíram da Vila. Essa foi a segunda morte violenta de uma criança da comunidade em menos de uma semana.

No domingo retrasado, 2 de novembro, o menino Cahuê da Silva da Cruz, também de 7 anos, foi assassinado na Vila das Torres. Dias depois, Vanderlei da Rosa Pinheiro, 20 anos, foi preso, suspeito de ter cometido o crime. De acordo com o delegado que investiga o caso, Fábio Amaro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Curitiba (DHPP), Pinheiro trabalharia para um agiota, o real mandante do crime, que quis cobrar uma dívida contraída pela família da vítima alguns dias antes.

Para a PM e para os moradores, os tiroteios deste fim de semana estão relacionados à velha rixa entre duas gangues – a Turma de Cima e a Turma de Baixo –, que disputam o controle do tráfico de drogas na comunidade.

Um morador da Vila, que pediu anonimato, afirmou que não adianta "trancar a casa depois do assalto". "Depois da tragédia da semana passada, a polícia deveria ter mantido duas ou três viaturas aqui na comunidade. Por que deixam chegar nessa situação? É uma tragédia anunciada", desabafou.

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