BNDES financiará gastos da OHL

Rio – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar até 70% dos investimentos da OHL em manutenção e conservação dos cinco trechos de rodovias arrematados em leilão pelo grupo espanhol.

Com base em dados da Ativa Corretora e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o montante a ser aplicado durante a concessão prevista para 25 anos chega a R$ 16,797 bilhões. O BNDES pode financiar até R$ 11,758 bilhões.

"Cada contrato de concessão tem um mínimo de investimento que está relacionado com o que ela vai ter de investir ao longo do período de concessão", explica Mônica Araújo, da Ativa Corretora. Segundo ela, o setor de concessões rodoviárias após esse leilão se consolida como opção de investimento e mostra como pode ser a agressividade nos próximos.

A OHL não entrou com um pedido formal de financiamento, mas houve conversas com representantes do BNDES.

O diretor-geral da ANTT, José Alexandre Resende, descartou ontem revisão dos pedágios das rodovias federais privatizadas na primeira etapa do programa. Um dia depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que a agência reguladora avalie, no prazo de 30 dias, a taxa de retorno de investimento dos contratos, Resende afirmou que "não há desequilíbrio" nas concessões.

Trechos

A determinação do TCU foi provocada pelo resultado do leilão de mais sete trechos de rodovias federais na segunda etapa do programa, realizado na terça-feira. As novas concessionárias vão operar com rentabilidade anual inferior a 9%, enquanto as concessões antigas trabalham com taxas de retorno entre 17% e 24% ao ano, pactuadas em contrato.

Relatório apresentado pelo ministro Ubiratan Aguiar e aprovado pelos colegas do tribunal argumenta que a rentabilidade das rodovias privatizadas no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não é compatível com o atual cenário de estabilidade econômica do país. O texto sugere a redução das tarifas para rever o que chamou de "lucros exorbitantes".