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Noroeste

Boiadeira pode mudar de traçado

McCarthy: autor de "A Estrada" vendeu a máquina de escrever que comprou em 1963 por 50 dólares. | Divulgação
McCarthy: autor de "A Estrada" vendeu a máquina de escrever que comprou em 1963 por 50 dólares. (Foto: Divulgação)

Umuarama – Os R$ 120 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) federal previstos para a pavimentação da BR-487, a Estrada da Boiadeira, deu o sinal de alerta para o município de Umuarama, na Região Noroeste. Lideranças políticas e autoridades, entre elas o deputado federal Osmar Serraglio, estão empenhadas em mudar o traçado original da estrada, já definido pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit). A Boiadeira, que liga Porto Camargo, na divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul, a Ipiranga, seria desviada para o perímetro urbano de Umuarama. No projeto original, a rodovia passa a dez quilômetros de distância do município.

Segundo o chefe do serviço de engenharia do Dnit no Paraná Marcelo José Leal Gasino, o trecho proposto pelo município aumenta o percurso de 75 para 80 quilômetros. A nova alternativa de traçado não provocaria alteração significativa nos custos iniciais porque aumenta o aproveitamento das pistas da rodovia PR-323, quase 20 quilômetros entre Umuarama e Cruzeiro do Oeste. A obra do traçado original depende ainda de licitação. O Dnit aguarda apenas a licença ambiental solicitada ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para abrir a concorrência.

A Estrada da Boiadeira começa em Dourados (MS) e tem 469 dos 585 quilômetros em território paranaense. A rodovia tem outros dois trechos sem asfalto: 40 quilômetros entre Cruzeiro do Oeste e Campo Mourão e 114 quilômetros entre Cândido de Abreu e Ipiranga.

O trecho entre Campo Mourão e Cruzeiro do Oeste é o mais crítico da rodovia. A última empreitada da obra de pavimentação foi interrompida em 2003, embargada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por fraude na licitação. Como o TCU cancelou os contratos, será necessária um novo edital. Só um lote da obra, entre Tuneiras do Oeste e Cruzeiro, deve ser retomado ainda no próximo ano, de acordo com o Dnit. O presidente da Associação dos Municípios de Entre Rios (Amerios) Valdir Hidalgo Martinez, diz que a região vê a promessa com desconfiança porque a luta pela pavimentação total da Boiadeira já dura mais de 40 anos e foram muitas as promessas. Em 1990, o Departamento de Estradas de Rodagens (DER) fez 20 quilômetros de asfalto, e em 2000 o governo federal pavimentou outros 13 quilômetros a partir de Campo Mourão. Em junho o governador Roberto Requião disse que, se a União delegar a a rodovia ao Paraná, o estado vai assumir a obra de pavimentação de todo o percurso.

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