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Caso Eliza

Bola não respondeu perguntas feitas pela polícia, diz advogado

O advogado do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, Zanone Manuel de Oliveira Junior, disse que seu cliente não respondeu perguntas feitas pela polícia durante depoimento, nesta segunda-feira (12), no Departamento de Investigações (DI), em Belo Horizonte. Segundo Oliveira Junior, o delegado Edson Moreira apresentou cerca de 30 questões sobre o desaparecimento de Eliza Samudio e o contato de Santos com o goleiro Bruno, que era do Flamengo. O cliente teria respondido apenas: "Reservo-me o direito de ficar calado. Só falarei em juízo".

De acordo com a polícia, Santos é suspeito de matar Eliza Samudio. A jovem teve um relacionamento com Bruno no ano passado. Ela está desaparecida desde o início de junho.

Oliveira Junior disse que seu cliente é conhecido pelos apelidos Marquinhos, Marquinhos Paulista e Bola. O advogado ressalta que ele não é chamado de Neném.

Na terça-feira passada (6), um menor disse, em depoimento, que Eliza foi levada de carro do Rio para o sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas (MG). Ainda de acordo com o adolescente, mais tarde, a jovem foi evada para outro lugar e morta por um homem identificado como Neném.

Na quinta-feira (8), o delegado Edson Moreira, responsável pelas investigações, disse, em entrevista coletiva, que Santos é conhecido como "Paulista, Bola ou Neném".

No mesmo dia, o delegado Wagner Pinto chegou a descrever como teria ocorrido o homicídio, citando esses nomes. "O que é certo é que o menor disse que teria ido com Macarrão [amigo de Bruno] e Eliza para uma residência, onde houve a execução da Eliza por asfixia mecânica. Marcos teria estrangulado, matado e desovado o corpo. Ele fez o estrangulamento, com o braço, pelas costas de Eliza. Depois da execução, Neném solicitou que o menor e outro homem que estava com eles saíssem para que ele providenciasse a desova do corpo", afirmou.

"Abatido"

Oliveira Junior falou que Santos não conhece o menor que prestou depoimento. Ele também disse que seu cliente está abatido, preocupado com a família e com os cães que foram encaminhados ao Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte. Segundo a polícia, foram recolhidos 11 cachorros que estavam na casa do suspeito, em Vespasiano (MG).

O advogado voltou a reclamar que não teve acesso ao inquérito. "Eu sei ler, quero só ler. Preciso saber para defender meu cliente", afirmou. Oliveira Junior disse que vai entrar com uma queixa na Justiça.

Ele pretende entrar com pedido de habeas corpus para o cliente ainda nesta segunda-feira.

Investigação

Eliza Samudio está desaparecida desde o início de junho. Nascida em Foz do Iguaçu (PR), ela se mudou para São Paulo e posteriormente para o Rio. Em 2009, teve um relacionamento com Bruno. Ela engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010. Desde então, Eliza buscava na Justiça o reconhecimento de paternidade.

A polícia mineira começou a investigar o sumiço de Eliza em 24 de junho, depois de receber denúncias de que uma mulher foi agredida e morta perto do sítio de Bruno, em Esmeraldas.

Na última terça-feira (6), um menor foi detido na casa do jogador, no Rio, e afirmou à polícia que Eliza está morta.

Oito pessoas estão presas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza, incluindo Bruno e Bola.

No Rio, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, são investigados por suspeita de participação no sequestro da jovem.

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