Dizem por aí que um disco de vinil pode durar mais de cem anos. É verdade. Mas para o bolachão ter mesmo uma vida longa, precisa ser bem cuidado. Agora que ele está sendo redescoberto, apontado como salvação da indústria fonográfica e virando alvo de jovens apaixonados por música cansados do som comprimido do MP3, as atenções se voltaram definitivamente para os bons e velhos LPs. É fato que novos discos estão sendo produzidos a Polysom retomou os trabalhos no Brasil , mas nas vitrolas em casa ou nas picapes de DJs sãos os vinis antigos que tocam mais.
E eles precisam de atenção. Marcos Hadlich, dono do sebo Solaris, brinca: somos todos guardiões de discos. "O disco é um só e quando você pega, tem que conservar. Ele vai durar mais que você", argumenta. A durabilidade é real, basta observar a grande quantidade de LPs antigos e em bom estado encontrados em sebos.
E alguns detalhes básicos podem fazer diferença. "Sempre quando compro um disco, a primeira coisa que faço é lavá-lo, na pia mesmo", conta o DJ Kaká Franco. Para ele, mais que um hobby, os discos fazem parte do trabalho. Hadlich e Franco deram algumas dicas de como conservar os discos por mais tempo. Veja:
"Vinílico"
Não existe um substituto, diz colecionador
Não há mídia que substitua o vinil para o geólogo José Carlos Branco, de 43 anos. O bolachão entrou em sua vida há muito tempo e conquistou espaço definitivo em sua vida. "Na adolescência eu já fazia discotecagem em festas de garagem e usava vinil, porque era o que tínhamos", conta. O tempo passou e o costume ficou. Branco continua discotecando em festas pela cidade e também é baterista, o que aumenta seu interesse em música. Tudo isso junto e misturado lhe rendeu um baita acervo, com centenas de discos entre 500 e 600 LPs.
Comprador frequente de discos, Branco tanto garimpa preciosidades quanto vai atrás daquele lançamento zero bala. "O vinil tem o seu charme", resume. Não é só pela qualidade de som, superior porque, apesar de todo o avanço tecnológico, as curvas de grave são mais definidas nos LPs e fazem toda a diferença para quem aprecia. "Eu acho bacana também pelo formato. Você ouve um lado de cada vez, acho mais democrático. E tem a capa. A parte gráfica funciona como extensão da musical", comenta.
Para ele, esse "revival vinílico" é interessante. "Essa nova geração parece que redescobriu a mídia. Agora, o CD está morrendo e o vinil fica, firme e forte."