O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, fez uma série de críticas ao que chamou de ação autoritária e disse que “abusos podem ser cometidos sob o pretexto de enfrentar abusos” na noite de segunda-feira (5). Bolsonaro não citou o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas as postagens foram feitas horas depois da suspensão de trechos dos decretos sobre armas do governo federal.
Na decisão, Fachin afirmou que as liminares foram concedidas por causa do início da campanha eleitoral e o risco da ocorrência de violência política.
Já Bolsonaro afirmou em um dos tweets que “uma ação autoritária nunca é assim chamada por seu autor. Pelo contrário, ela aparenta combater supostas ameaças para que seja legitimada. Assim, abusos podem ser cometidos sob o pretexto de enfrentar abusos. Esse é o mal das aparências, elas favorecem os verdadeiros tiranos”.
Na sequência, o presidente também disse que “o pior dos discursos jamais será mais grave do que a menor das violações de direitos, mesmo fantasiada de justiça. Na história, perseguições sempre foram fundamentadas desta forma e promovidas gradativamente. O final inevitável deste caminho autoritário é a completa tirania”. Ele fez referência às críticas que recebe pela forma como ele se expressa em algumas ocasiões.
Na semana passada, por exemplo, o jurista Ives Gandra da Silva Martins reprovou o ativismo judicial por parte do STF, as decisões da Corte favoráveis à oposição, salientou que os empresários alvo de operação da Polícia Federal não comentaram crime, mas também disse a falta de liturgia do cargo por parte de Bolsonaro contribui para a tensão com o STF. Ele citou declarações ofensivas e xingamentos a ministros feitos pelo presidente. O jurista afirmou que considera essa questão uma falha de Bolsonaro.
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