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Câmara dos Deputados

Bolsonaro e Tarcísio participam do lançamento da Frente em defesa das Escolas Cívico-Militares

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador Tarcisio de Freitas participaram do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Escolas cívico-militares (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), participaram do lançamento da Frente Parlamentar Mista em defesa das Escolas Cívico-Militares na Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (6). A Frente será presidida pelo deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS); o vice-presidente será o senador Jorge Seif (PL-MG).

Na chegada à Câmara, Bolsonaro foi ovacionado e recebido por uma multidão de apoiadores e por deputados aliados. O evento também contou com a presença de senadores e estudantes de cinco escolas cívico-militares do Brasil, sendo três de Minas Gerais e duas do Distrito Federal.

A Frente surge com o objetivo de apoiar, fortalecer e incentivar esse modelo de ensino nos níveis municipal, estadual e federal, alvo de críticas por diversos porta-vozes do atual governo, sendo o presidente Lula (PT) um dos principais críticos do programa. “Apesar de o governo federal ter esvaziado as escolas cívico-militares e optado por extinguir o programa, sabemos que muitos prefeitos e governadores querem expandir essa modalidade de educação”, destacou Zucco.

O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), lançado em setembro de 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, foi considerado uma das vitrines do governo do ex-presidente na área da educação. Trata-se de uma ação do Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Defesa, que visa trazer aspectos da gestão escolar dos colégios militares, regidos por leis estaduais, e aplicá-los em um programa nacional.

Atualmente há 216 instituições no país que funcionam no modelo de escolas cívico-militares, a partir da gestão compartilhada entre militares e civis. Ao todo, as instituições atendem 192 mil alunos em 23 Estados e no Distrito Federal.

O governo Lula anunciou em julho o encerramento do programa, a partir da desmobilização de membros das Forças Armadas que atuam nas escolas. Segundo o governo, as instituições nas quais o programa funciona serão reintegradas à rede regular de ensino em estratégias que deverão ser definidas pelas secretarias estaduais.

Ao discursar no evento, Jair Bolsonaro buscou incentivar os estudantes e disse que a frente parlamentar “mergulha para mudar o país pela educação”. “O objetivo é vocês serem alguém no futuro, e isso só é possível se tiverem uma boa carga de conhecimento, disciplina e hierarquia, tudo o que se consegue em grande parte nos colégios militares”, declarou.

Aos críticos do modelo de escolas cívico-militares, Bolsonaro propôs um desafio. “Lanço um desafio: pega essa garotada [alunos de escolas que integram o programa] e a outra, que é estimulada a ter toda liberdade e sem noção de disciplina, faz uma prova entre os dois grupos e com certeza os da cívico-militar terão uma nota melhor”, disse.

O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, instalou a Frente também enaltecendo a importância do modelo. “Fomos muito criticados, mas sabemos da importância, por isso parabenizo o deputado Zucco pela iniciativa”, disse.

Tarcísio promete aumentar escolas cívico-militares em São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é um dos governadores que decidiu seguir com modelo cívico-militar. Tarcísio afirmou que atualmente há 19 escolas com esse modelo e pretende ampliar ainda mais. “Essas escolas estão fazendo a diferença. As pessoas acreditam nesse modelo, porque elas nos trazem esperança, e a escola é transformada numa casa de civismo”, destacou.

O governador ainda conta que as famílias paulistas anseiam por esse modelo e em várias consultas públicas as escolas cívico-militares foram aprovadaas. “É uma escola de brasilidade, civismo e patriotismo”, acrescentou.

Resultados do modelo

Para comprovar os resultados do modelo cívico-militar, o presidente da Frente, deputado Zucco, citou dados de um relatório produzido pelo Ministério da Educação em dezembro de 2022, como a redução de 82% da violência física, queda de 75% da violência verbal, diminuição de 82% da violência patrimonial, redução de 80% da evasão e abandono escolar e uma elevação de 85% no nível de satisfação global com o ambiente escolar.

“Além disso, tivemos a elevação do Ideb nessas escolas e a aprovação de alunos em universidades públicas pela primeira vez na história dessas unidades”, apontou Zucco.

O parlamentar gaúcho disse que questionou o ministro da Educação, Camilo Santana, sobre o fim desse modelo nas escolas. Segundo Zucco, o ministro disse que não teriam sido comprovados resultados satisfatórios.

“Os resultados alcançados são fantásticos, e as comunidades estão extremamente satisfeitas. As demandas por novas migrações para o modelo cívico-militar não param de crescer. Jamais houve uma comunidade que tenha rejeitado o modelo. Em média, essas consultas têm a aprovação de 90% dos votantes. Os relatos dos prefeitos e diretores são de que, em menos de três meses, a realidade dessas escolas começa a ser transformada”, ressaltou o parlamentar.

Zucco ainda formou que um dos papéis da Frente será oferecer o modelo de gestão estadual - para os gestores interessados implantarem em seus municípios ou estados. “Será um facilitador para multiplicar a experiência exitosa. Queremos mais crianças cantando hino nacional, respeitando professores e colegas, fortalecendo valores”, ressaltou.

Deputados criticam governo Lula

Na solenidade de lançamento da Frente, os parlamentares presentes criticaram as investidas do governo Lula para extinguir o modelo cívico-militar.

“Esse atual governo, além de não fazer nada produtivo, vem tentando destruir o que estava sendo feito da forma correta. A coragem de fazer o que é certo vai ser reconhecida”, disse o senador Ciro Nogueira (PP-PI).

O senador Magno Malta (PL-ES) declarou que “o Brasil vive dias lamentáveis de injustiça”. “Vejo essas crianças disciplinadas, e o fim das escolas cívico militares é um adubo de injustiça. Precisamos de uma juventude como essa que ame a pátria, os valores e os princípios”, disse.

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