As quedas sofridas pelos moradores de Londrina, no Norte do Paraná, têm preocupado os paramédicos do Siate e também médicos ortopedistas da cidade. Os registros dessas ocorrências são comuns e demonstram que muita gente anda deixando de lado cuidados básicos e regras de segurança para realizar determinadas atividades. Somente no mês de julho, o Corpo de Bombeiros atendeu 105 pessoas vítimas de quedas, uma média de três casos por dia. Desde o começo do ano, foram 752 atendimentos. Em 2006, de janeiro a dezembro, houve 1.276 ocorrências.
As quedas são registradas como de mesmo nível ou de plano elevado. As primeiras são tombos, quando a pessoa cai da altura do próprio corpo na rua ou dentro de casa. Neste ano, até 2 de agosto, foram registrados 443 desses casos. Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Ricardo James Teixeira, as vítimas, em sua maioria, são idosos com dificuldade de locomoção.
As calçadas, principalmente o calçadão do centro, são os principais vilões. "Existem problemas sérios nas nossas calçadas. São muitos buracos e deformações", lembra o capitão. Ainda conforme ele, a situação fica ainda mais preocupante em razão da iluminação precária e de obstáculos feitos por moradores. "Tem gente que constrói rampa na calçada para o carro sair e aquilo vira mais um fator de quedas."
As quedas de mesmo nível em casa também são comuns. O médico ortopedista, Paulo Marcel Yoshii, que faz plantões no Hospital Ortopédico, Santa Casa e Mater Dei, diz que nesses casos os idosos também são as principais vítimas. "Em casa, a preocupação é com o idoso, que pode escorregar em um piso liso ou no banheiro." Os tombos, não raras vezes, causam fraturas de fêmur e os pacientes precisam ser submetidos a cirurgias. O tempo de recuperação é de 4 a 6 meses.
Já as quedas de plano elevado foram responsáveis por 309 atendimentos pelo Siate até 2 de agosto deste ano. Em 2006, foram 513 casos. Este tipo de queda vai desde os acidentes domésticos aos de trabalho. "E aí entram as crianças com seus acidentes, que são bastante comuns", lembra Yohsii.
O médico lembra que aqueles que se arriscam a subir em árvores e telhados estão expostos aos riscos. "Quando chove, os acidentes aparecem. É a antena que vira e atrapalha a imagem da televisão ou a goteira. E aí o telhado está molhado, a pessoa sobe e cai lá de cima."
Para o capitão do Corpo de Bombeiros, os casos acontecem em grande número por imprudência. Ele lembra que os acidentes poderiam ser evitados com um pouco mais de cuidado. "Deixar para um profissional fazer determinada atividade ou cobrar do profissional o uso de equipamentos de segurança já é um bom caminho."
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