Os bombeiros e homens da Defesa Civil de Angra dos Reis, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, contam com grande número de voluntários na árdua e exaustiva rotina de trabalho iniciada no dia 1º de janeiro, quando as chuvas causaram o deslizamento de terra sobre diversas casas da região, provocando a morte de mais de 40 pessoas.
Meninas, meninos, homens e mulheres, ajudam em tarefas que vão desde a busca de corpos até o auxílio a desalojados e desabrigados. Vários ajudam no trânsito e informam aos motoristas quais vias estão interditadas. Alguns voluntários são moradores das comunidades atingidas pelos deslizamentos. Todos trabalham sem descanso para ajudar o próximo.
O estudante Patrick Pereira, 17 anos, ajuda os bombeiros desde o início da tragédia. "Já fiz de tudo. Ajudei os bombeiros com a busca de corpos e agora estou cuidando dos lanches para eles". Ele disse que chorou muito ao ver o corpo de uma mãe agarrado ao de sua filha.
"Até hoje tenho dificuldade de dormir lembrando essa cena. Mas o trabalho tem que ser feito, né?" O estudante disse que o melhor de ser voluntário é ver o sentimento de gratidão de quem recebe ajuda. "O pessoal da comunidade me encontra e agradece, reconhece meu trabalho. Isso é o melhor que há."
Um dos moradores da região, Marcelo Francisco Leite, 30 anos, ajudava na busca de corpos e desmaiou ao uma crianças soterradas no Morro da Carioca nesse domingo (3). "Eu não aguentei não, quando eu vi foi demais. O cheiro é muito forte. Além disso, está um perigo lá em cima por causa dos deslizamentos. Mas é bom poder ajudar os bombeiros."
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