Após contabilizar oito mortes e oito feridos, o Corpo de Bombeiros encerrou, às 15h30 desta segunda-feira, 25, as buscas por vítimas nos escombros do acidente com o trem de carga da América Latina Logística (ALL), que descarrilou no domingo, 24, destruindo duas residências e causando danos em outras três. Famílias evacuadas de casas atingidas e próximas do local esperavam para a tarde desta segunda uma vistoria final da Defesa Civil para retornar às residências.
O acidente ocorreu às 16h35 de domingo quando a composição carregada com 900 toneladas de milho saiu dos trilhos e dois dos dez vagões atingiram as casas. Numa das casas morreram cinco pessoas que participavam de um churrasco; em outra, um homem de 30 anos, a namorada dele, que estava grávida, e o filho dela, de seis anos. "Consegui salvar minha mãe, mas minha sobrinha, minha irmã e meu cunhado se foram. Minha vida ficou aí embaixo dos escombros", disse Carlos Alexandre dos Santos. Todas as vítimas foram enterradas nesta segunda-feira. Das oito pessoas feridas que foram socorridas, cinco ainda continuavam internadas nesta tarde, mas fora de perigo.
No cruzamento da Rua Osvaldo Aranha com a Presidente Roosevelt, que continua interditado, trabalham técnicos da Defesa Civil e funcionários da ALL para retirar a carga de milho e os vagões. Segundo a assessoria da empresa, não há estimativa de quando o trabalho deve terminar. A ALL informou que está dando toda assistência às famílias das vítimas e prestando as informações para a Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar o acidente. Segundo a empresa, está descartada falha humana.
O Ministério Público Estadual executa uma multa de R$ 1,1 milhão aplicada à ALL em 2009, por não providenciar obras de segurança para se evitar acidentes. A ALL recorreu das multas, perdeu e agora terá de pagá-las. No entanto, para o promotor de Justiça Sérgio Clementino, somente com a retirada dos trilhos da zona urbana seria possível eliminar riscos de acidentes.
Cobrado pela população, o prefeito de Rio Preto, Valdomiro Lopes (PSB) tentou responsabilizar o Governo Federal pelo acidente em coletiva nesta tarde. Durante as eleições, Lopes prometeu que iria retirar os trilhos da zona urbana da cidade, numa obra de R$ 240 milhões. "Fizemos um estudo de viabilidade técnica e o entregamos ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que abriu licitação e contratou uma empresa para fazer o projeto executivo, mas o projeto não foi concluído por falta de recursos", disse Lopes.
Até as 17h30, a assessoria do DNIT não havia respondido o questionamento feito pela reportagem sobre o assunto.
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