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Equipe de busca percorre o Lago Paranoá em busca de vítima de naufrágio ocorrido no domingo | Foto: Marcello Casal Jr/ABr
Equipe de busca percorre o Lago Paranoá em busca de vítima de naufrágio ocorrido no domingo| Foto: Foto: Marcello Casal Jr/ABr

O Corpo de Bombeiros encerrou às 18h50 desta quarta (25) as buscas pela última vítima do naufrágio do Lago Paranoá, ocorrido na noite de domingo. De acordo com a major Vanessa Signale, as atividades voltam nesta quinta-feira (26), às 6h.

Familiares da vítima acompanharam os trabalhos das equipes de resgate nesta quarta-feira (25) e falaram sobre a angústia da espera. Prima do rapaz de 31 anos, Iva Oliveira disse pedir a Deus para que ele seja encontrado logo. "A cada movimento dos barcos e dos bombeiros a gente cria expectativa", afirmou.

A mãe, Herculana Lisboa, disse não ter mais esperanças de encontrar o filho com vida. Segundo ela, os bombeiros informaram que as chances de encontrar o rapaz vivo são pequenas, pois toda a beira do Lago Paranoá já foi percorrida e, mesmo se ele estivesse inconsciente, já teria sido localizado.

A tia do jovem Ormezinda Pereira disse que o sobrinho se despediu dos parentes antes de sair de casa para trabalhar como garçom na embarcação. Segundo ela, o rapaz ligou para a mãe, disse que a amava e pediu que ela não se esquecesse disso. "Parecia que ele sabia", afirmou.

Após o naufrágio do barco Imagination, na noite de domingo (22), 94 passageiros foram resgatados, mas um bebê de cinco meses não resistiu (inicialmente havia sido divulgado quen o bebê tinha sete meses). Na segunda-feira (23), as equipes retiraram três corpos – um de dentro da embarcação –, e, na terça-feira (24), quatro.

Enterros

Nesta quarta-feira foram veladas uma mãe e o filho dela, de cinco meses, que chegou a ser resgatado com vida, mas que morreu quando recebia os primeiros-socorros. Os corpos da mulher e do bebê serão levados para a Bahia, onde serão enterrados.

Muito emocionado, o marido foi consolado por parentes e amigos e saiu sem falar com a imprensa.

Também nesta tarde foi sepultado o corpo de Adail de Souza Borges, 44. Ele era cozinheiro do Exército havia 28 anos e se aposentaria em dois anos. Borges estava trabalhando como cozinheiro da festa no barco naufragado.

O enterro foi realizado com honras militares, com uma salva de 12 tiros. A esposa de Borges deixou o local amparada por familiares antes mesmo de o sepultamento acabar. O militar deixa uma filha de 15 anos.

"Ele morreu como herói", disse Benjamin Braga, 50, amigo de Borges há mais de 20 anos. Segundo ele, o cozinheiro estava com um colete salva-vidas, mas o deu para uma jovem que não sabia nadar e que sobreviveu graças à ajuda. Ela teria comparecido ao velório do cozinheiro, segundo o amigo.

Braga contou que os dois se conheceram já na carreira militar – ele se aposentou recentemente. "Adail [Borges] era um profissional espetacular. Dedicado, asseado, capaz de cozinhar para qualquer pessoa", disse ele. O cozinheiro trabalhava na 11ª Região Militar.

Segundo o amigo, os "bicos" para completar a renda são comuns na profissão devido à baixa remuneração - informação confirmada por um cabo que estava no local e não quis se identificar. "Ele trabalhava há muito tempo com esse buffet. Morreu correndo atrás", disse Braga.

Içamento

Os bombeiros vão começar a amarrar globos de elevação de cargas subaquáticas – semelhantes a balões – à embarcação, que será içada na sexta-feira (27). Segundo a major Vanessa Signale, os globos, que começaram a ser levados ao lago na tarde desta quarta, têm capacidade para suportar até 20 toneladas. Nem todos, porém, serão necessariamente utilizados.

"Faremos testes, porque uma quantidade que levanta 5 toneladas pode não fazer diferença e outra que aguente 20 toneladas pode levantar a embarcação acima do ideal", explica. A embarcação pesa 15 toneladas e está a 18 metros de profundidade.

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