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Todo o esforço das equipes que atuam no combate ao incêndio florestal no Parque Estadual do Pico Paraná, na Serra do Mar, há quase uma semana, não está sendo suficiente para combater as chamas. A dificuldade se deve ao fato de a vegetação estar queimando em uma profundidade que vai de 50 centímetros a dois metros. "Somente chuva em grande quantidade vai resolver o problema. O incêndio foi controlado, mas não extinto", explica o tenente Eduardo Pinheiro, da Defesa Civil. Na Serra da Boa Esperança, na região de Guarapuava (Centro), o combate ao incêndio também continua.

O incêndio na Serra do Mar teve início na noite de sábado (8) e desde a manhã de domingo (9), cerca de 40 homens estão se revezando no trabalho, que já consumiu completamente o Morro Getúlio. Há o perigo também de consumir o Morro Caratuva, onde estão instaladas várias antenas retransmissoras de comunicação. Os dois morros dão acesso ao Pico Paraná, maior montanha do sul do Brasil.

Apesar de a previsão para domingo (16) ser de chuva na região da Serra do Mar, o dado não é muito animador. De acordo com o Simepar, a quantidade de água não deve ser suficiente para combater o fogo. "Aumenta a unidade do solo e do ar. Dependendo das proporções, não deve apagar, mas pode amenizar", avalia o meteorologista Reinaldo Kneib. Segundo ele, serão chuvas rápidas e localizadas. "E talvez nem chova justo na área onde há o incêndio", diz.

O número de focos de incêndio no Paraná diminuiu um pouco nas últimas 24 horas, mas ainda é considerado alto. De meia-noite até as 10h15 desta sexta-feira (14), a Defesa Civil do Paraná registrou 121 focos de incêndios em áreas de vegetação. Na quinta-feira (13), foram 143 até as 18 horas. O último incêndio registrado pela Defesa Civil, por volta de 10h15, foi na região de Palmas, no Sul do estado, em vegetação rasteira.

"Foi fogo colocado em lixo que passou para a vegetação", informa Pinheiro. Segundo ele, este caso reflete a falta de cuidado das pessoas que, em atos individuais, têm colocado fogo em áreas indevidas. "Temos batido muito nisso nos últimos dias", lembra o tenente.

Serra da Boa Esperança

Um novo foco de incêndio foi registrado namanhã de quinta-feira em uma propriedade particular próxima da Serra da Boa Esperança, no distrito de Guará, em Guarapuava, na região Central do estado. Equipes do Corpo de Bombeiros tentam controlar o fogo na área, que teve pelos menos 30 hectares já consumidos pelas chamas.

Apesar da proximidade com a região da Serra, o fogo não atingiu mata nativa, mas sim vegetação rasteira que estava seca. As causas ainda serão apuradas. Para os bombeiros, o fogo pode ser resultado de uma queimada de uma pequena lavoura, prática comum entre os pequenos agricultores do Paraná, que ainda não têm a conscientização necessária sobre o perigo de se colocar fogo em áreas de vegetação, principalmente quando há pouca umidade no ar, como está sendo registrado neste período.

Estiagem

Na região do Norte Pioneiro do Paraná, há 50 dias sem chuvas, o abastecimento de água já está prejudicado em algumas cidades. A situação é mais grave em Ibaiti, onde a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), acionou uma estação secundária de captação de água. O coordenador industrial da Sanepar, Eudes Vicente Gonçalves Ramos, afirmou para a Gazeta do Povo que o abastecimento no Norte Pioneiro não deve ser comprometido nos próximos 20 dias, mas se não chover o problema poderá se agravar após este período.

Nas outras regiões do estado, o abastecimento ainda não está prejudicado, apesar de muitos locais estarem com o nível da água dos reservatórios abaixo do normal, como é o caso das represas de Piraquara I e Iraí, na região metropolitana de Curitiba. Neste locais, os níveis estão em 1,69 metro e 1,56 metro, respectivamente, abaixo do normal. Na represa do Passaúna, o nível da água não baixou.

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